Revelados segredos macabros dos sacrifícios humanos dos Maias

(CC0/PD) aladecuervo / Pixabay

Templo de Kukulcán, localizado em Chichén Itzá – uma cidade arqueológica maia, no Iucatã

Um novo estudo revelou um aspeto muito obscuro da cultura Maia: o sacrifício humano. Novas descobertas da antiga cidade Maia de Chichén Itzá revelam alguns pormenores perturbadores sobre estes rituais, sugerindo que muitas vítimas eram crianças, incluindo uma elevada proporção de gémeos.

Um estudo publicado esta semana na revista Nature analisou o ADN antigo de restos humanos encontrados num chultun, uma cisterna subterrânea, perto do Cenote Sagrado, utilizado para ofertas de sacrifício. A datação por radiocarbono situa a utilização deste chultun entre o início do século VII d.C. e meados do século XII d.C.

“Os indivíduos no chultun eram apenas crianças, entre três e seis anos de idade”, disse Rodrigo Barquera, autor principal do estudo, em declarações à BBC Science Focus. “Até agora, nunca tínhamos tido a oportunidade de informar sobre o sexo destes indivíduos, porque não é possível avaliar o sexo biológico com base apenas nos ossos quando são tão jovens”.

As provas de ADN revelaram que todos os 64 indivíduos examinados eram do sexo masculino e que cerca de 25% eram parentes próximos, incluindo dois conjuntos de gémeos idênticos. A presença de vários conjuntos de gémeos idênticos do sexo masculino numa amostra tão pequena é estatisticamente invulgar.

Os gémeos tinham um significado especial na cultura Maia, com um dos seus mitos mais importantes a envolver um par de gémeos heróicos que derrotam o senhor do submundo. Barquera sugere que o sacrifício de gémeos pode ter sido feito para honrar este mito.

“Era mais do género: ‘Uau, as divindades ou as forças escolheram-nos como guardiões destas crianças que um dia farão parte destes rituais mágicos'”, explicou Barquera.

Os restos mortais no chultun abrangem mais de 500 anos, o que indica que esta prática não foi um acontecimento isolado, mas um ritual prevalecente durante séculos.

“Não foi apenas algo que aconteceu uma ou duas vezes, foi uma ideia prevalecente durante pelo menos cinco séculos”, sublinhou Barquera.

Agora, Barquera e a sua equipa pretendem confirmar as suas descobertas comparando-as com outros sítios arqueológicos semelhantes.

ZAP //

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