As medusas são “as nadadoras mais eficientes do mundo” e cientistas norte-americanos descobriram, finalmente, o segredo.
Uma equipa de investigadores da Universidade do Sul da Flórida, em Tampa, descobriu que, à medida que as medusas apertam os corpos para nadar, criam dois pares de vórtices: um par na borda do sino, que move a água para longe do corpo do animal, e outro par que flui na direção oposta, empurrando a água em direção aos tentáculos.
A água colide nos tentáculos da medusa, criando uma bolsa de alta pressão que forma uma espécie de “parede de água“, que permite que ocorra o “efeito solo”. De acordo com o New Scientist, este “vórtice de paragem” permite que o animal recapture a energia e se mova 30% mais longe.
O “efeito solo” é um termo muito usado na aviação: durante a descolagem, o ar entre o avião e o solo comprime, aumentando a pressão e o desempenho. Em laboratório, as experiências levadas a cabo pela equipa mostraram que as medusas usam os anéis de vórtice para desempenhar o mesmo papel do solo no caso dos aviões.
Os anéis de vórtice resistem uns aos outros, criando uma “parede” que aumenta o desempenho da medusa. O artigo científico com as descobertas foi publicado no dia 6 de janeiro na Proceedings of the Royal Society B.
“O facto de estes animais terem descoberto como obter um ‘efeito solo’ em águas abertas, longe de quaisquer superfícies sólidas, tem o potencial de abrir uma gama de novas possibilidades para veículos projetados para tirar vantagem deste fenómeno”, disse o investigador Brad Gemmell.
Esta descoberta pode ser muito útil no desenvolvimento de veículos mais eficientes, nomeadamente submarinos capazes de se mover mais rapidamente em águas abertas.