O segredo da ciência para dar o presente perfeito

A ciência ajuda a desvendar o segredo por trás de dar uma prenda perfeita neste Natal. Pense em experiência e não em objetos, por exemplo.

Costuma dizer-se que a intenção é que conta, mas a realidade é que por vezes torna-se complicado mostrar um sorriso de orelha a orelha quando não se gosta de uma prenda que recebemos.

O sentimento de dar uma prenda a alguém e essa pessoa não gostar também não é particularmente agradável.

Para isso mesmo, a ciência está cá para ajudar a escolher o presente perfeito. É aqui que entra a psicologia.

Jeffrey Galak, da Carnegie Mellon University, dos EUA, passou muito tempo a pensar sobre presentes e como dar presentes.

Galak teorizou que dar presentas acarreta um custo psicológico: se der uma prenda que a pessoa não gosta, está a criar mal-estar; além disso, também deixa uma obrigação de reciprocidade — ou seja, não só ganhou um mau presente, como ainda tem de recompensar a pessoa que o deu.

Um estudo de Joel Voegol, de 1993, que ficou conhecido como “O Peso Morto do Natal”, concluiu que “é provável que receber um presente deixa quem o recebe pior do que se ele tivesse feito sua própria escolha de consumo com a mesma quantidade de dinheiro”.

“Descobri que dar presentes de natal destrói entre 10% e um terço (33%) do valor dos presentes”, sugeriu Voegol. Isto mostra que para além do custo psicológico, também há um custo económico em dar presentes.

O que Galak também descobriu é que os objetivos de quem dá presentes e de quem recebe estão completamente desalinhados, escreve a HypeScience. Quem dá um presente está focado exclusivamente no momento que o presente é aberto, enquanto que quem recebe pensa mais a longo prazo.

O presente perfeito

A investigação científica mostra que um fator crucial é o diálogo. Não é sempre expectável que saibamos o que dar à pessoa. Como tal, o melhor é sempre falarmos com ela para tentar perceber aquilo que potencialmente gostaria de receber.

Não é preciso que a pessoa diga explicitamente aquilo que quer, mas o diálogo poderá ser suficiente para apanhar pistas de algo que essa pessoa poderia ver como uma boa prenda.

O que a literatura científica também sugere é que gastar dinheiro com experiências, como bilhetes para um concerto ou uma estadia num hotel, é melhor do que comprar objetos.

Segundo a HypeScience, Galak pede mesmo aos seus pais para não darem presentes materiais. Como os pais vivem noutra cidade, pede para ficarem com os netos enquanto ele e a esposa viajam, por exemplo.

Os presentes sentimentais também são uma boa opção. Algo que tenha um significado mútuo para si e para a pessoa que está a presentear é um sucesso garantido.

Deixando a quadra natalícia de lado, pense também que dar presentes quando a pessoa menos espera é também algo a apostar. Esqueça o Natal, aniversário, dia dos namorados ou qualquer outra data especial. Seja espontâneo e surpreenda as pessoas com um mimo especial num dia aleatório.

Daniel Costa, ZAP //

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