A hidratação é essencial e as mulheres devem lembrar-se que a vulva e a vagina “são como a pele do rosto”.
O nome é complicado e as consequências também podem ser: a síndrome geniturinária da menopausa afeta muitas mulheres.
Essa síndrome geniturinária é sinónimo de vagina mais seca, fina e irritada; e é o segundo sintoma mais frequente da menopausa.
É um assunto pouco abordado em público, mas recuperado no contexto do Dia Mundial da Menopausa, que se assinala nesta sexta-feira, dia 18 de Outubro.
Chega a cerca de 83% das mulheres na pós-menopausa em associação com outros sintomas. 65% têm desconforto vaginal, 72% sentem-se afetadas na vida sexual.
Mas muitas nunca falam sobre isso. Nem com o médico. Apenas 7% das mulheres que manifestam sintomas estão a ser tratadas.
Cláudio Rebelo, presidente da Secção Portuguesa de Menopausa da Sociedade Portuguesa de Ginecologia, lembra que a síndrome geniturinária da menopausa decorre da diminuição da produção de estrogénio, “o que faz com que se perca lubrificação, ou seja, parte da hidratação natural”.
Quando o estrogénio falha, as reações são diversas: diminuição da elasticidade vaginal, menor trofismo vaginal – menos pregas, menos secreções e menor lubrificação – maior traumatismo da mucosa, dor nas relações sexuais e um maior risco de infeções vaginais e urinárias.
Por isso, é essencial hidratar: “Manutenção da hidratação vaginal, para melhorar a renovação celular, aumentar a proteção contra as agressões e a capacidade de elasticidade e flexibilidade dos tecidos”.
Sem tratamento, as consequências são muito perigosas: “Esta síndrome mata“.
“A atrofia vulvovaginal é uma doença cumulativa. Após muitos anos de evolução sem tratamento, ela pode matar as doentes internadas e acamadas por fratura osteoporótica, mulheres com a sua prótese de anca, com 80, 90 anos, que morrem devido a uro-sépsis. Estas doentes com atrofia acabam por mais facilmente desenvolver uma ‘seleção de bichinhos´ resistentes aos antibióticos que são muitas vezes responsáveis pela uro-sépsis com o consequente destino fatal”, continua o presidente.
O exame físico no diagnóstico é importante: examinar a mulher, para estimular pontos dolorosos e perceber até que ponto há perda de pregas, de elasticidade e capacidade de resistência da mucosa para sofrer eventuais agressões.
O melhor será adotar um estilo de vida saudável, evitar o aumento de peso, realizar exercícios e fisioterapia pélvica para fortalecimento do soalho pélvico e aumentar o tónus vaginal, assim como manter a atividade sexual.
Em relação a tratamentos, na primeira linha aparece a terapia hormonal; eficaz e recomendada.