Depois de 340 dias a bordo da Estação Espacial Internacional (EEI), o astronauta Scott Kelly regressou (ligeiramente) mais novo.
Scott Kelly regressou na madrugada desta quarta-feira à Terra, com o colega russo Mikhail Kornienko, depois de quase um ano no espaço.
Com a estadia do astronauta norte-americano durante quase um ano na EEI, a NASA tem agora a oportunidade de estudar quais os efeitos no corpo humano de uma longa permanência no espaço.
Enquanto Scott Kelly esteve em órbita, o seu irmão gémeo, Mark Kelly, que foi também astronauta da NASA, participou em estudos genéticos comparativos, no chamado NASA Twins Study.
“Vieram cá a casa regularmente recolher amostras de sangue e de saliva para análise, e eu próprio fui também por várias vezes a Houston, para fazer outro tipo de exames, como ressonâncias magnéticas”, explicou Mark Kelly.
Estes gémeos monozigóticos – “verdadeiros” – vão ajudar os especialistas a identificar melhor as alterações no organismo decorrentes da longa permanência no espaço, através da comparação rigorosa da evolução dos parâmetros fisiológicos e genéticos de cada um tanto no último ano como no regresso de Scott à Terra.
Prevê-se que a longa exposição à gravidade zero pode afetar o corpo humano de muitas maneiras, nomeadamente suscitar alterações na visão, atrofia muscular e perda óssea.
De acordo com cálculos do Quartz, Scott Kelly está 8.6 milisegundos mais novo do que estaria se tivesse ficado na Terra, o que se explica pela Teoria da Relatividade de Albert Einstein que aponta para efeitos diferentes se dois objecto se moverem a velocidades distintas.
Depois de um ano no espaço o astronauta norte-americano também ganhou duas polegadas de altura, o equivalente a 5,08 centímetros, de acordo com a NASA.
No entanto, isto já era esperado pelos investigadores: na ausência de gravidade a coluna vertebral tem tendência para alongar-se – e o efeito deve desaparecer nos nos próximos tempos, agora que regressou à gravidade terrestre.
Este estudo é fundamental para o objetivo de levar o homem a Marte, uma viagem que durará mais de um ano. Outras preocupações que a NASA está a investigar são os níveis de radiação cósmica a que os astronautas estão sujeitos durante longos períodos no espaço.
Antes de abandonar as instalações especiais da Estação Espacial Internacional, o autronauta referiu que ainda estava capaz de aguentar mais 100 dias a bordo, mas que estava pronto para regressar a casa. “Fisicamente sinto-me muito bem. A parte mais complicada é estar isolado das pessoas que estão em terra e que são importantes para nós”.
Para a NASA, de facto, “a psicologia humana é também uma área de investigação importante” neste estudo, atendendo a que os astronautas circulam, na estação espacial, em espaços confinados e estar isolados do resto das pessoas.
ZAP