Schulz cede a pressão e renuncia ao ministério dos Negócios Estrangeiros

European Parliament / Flickr

Pressionado dentro do partido por ter aceite uma pasta no novo Governo alemão, o social-democrata Martin Schulz anunciou esta sexta-feira que iria abdicar do cargo de ministro dos Negócios Estrangeiros.

Martin Schulz anunciou esta sexta-feira que não será ministro dos Negócios Estrangeiros do próximo Governo de Angela Merkel. “Renuncio a integrar o governo federal e espero, ao mesmo tempo, que isso ponha fim aos debates pessoais dentro do SPD“, anunciou Schulz em comunicado.

“Todos nós fazemos política para as pessoas deste país, por isso é apropriado que as minhas ambições pessoais deem lugar aos interesses do partido“, referiu. Segundo o Diário de Notícias, uma sondagem do Instituto Forsa mostra que cerca de três quartos dos alemães eram contra Schulz ser ministro dos Negócios Estrangeiros.

No dia a seguir às eleições de 24 de setembro, Schulz afirmou que nunca mais entraria num Governo chefiado por Merkel. No entanto, Martin Schulz tinha sido apontado e tinha aceite chefiar os Negócios Estrangeiros, na sequência do tratado de coligação, fechado na quarta-feira.

Esta decisão de renunciar ao  ministério Negócios Estrangeiros segue-se a dias de pressão por vários membros do SPD.

Sigmar Gabriel, atual ministro dos Negócios Estrangeiros, criticou a intenção de Schulz assumir esta pasta, admitindo que cabe à liderança do partido escolher os nomes dos ministros, embora lamente a forma como foi conduzido esse processo.

“A única coisa que resta, na verdade, é um remorso sobre o quão desrespeitosos nos tornámos um com o outro nas nossas interações e como pouco a palavra de alguém ainda conta”, afirmou Gabriel.

Segundo o DN, Schulz teria garantido a Sigmar Gabriel que este iria continuar no cargo de ministro dos Negócios Estrangeiros no próximo Governo. No entanto, esta quarta-feira soube-se que o presidente do SPD queria ficar com esta pasta, dia em que anunciou também que iria abandonar a liderança do partido.

Andrea Nahlesm a líder parlamentar do SPD, apontada como sucessora de Schulz à frente do partido, elogiou a atitude do antigo presidente do Parlamento Europeu, afirmando ter “o maior respeito e reconhecimento” pela sua decisão.

Entre os restantes partidos, a reação foi de surpresa ou incredulidade, reporta o DN.  “Teria sido melhor se Schulz tivesse chegado a esta decisão acertada sozinho e não sob pressão. Mas este passo não ajudará muito o SPD”, declarou a líder parlamentar do Die Linke, Sahra Wagenknecht.

ZAP //

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