O ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, disse esta quata-feira, em Berlim, que “Portugal é a melhor prova” de que os programas de ajustamento funcionam, quando há “tanta discussão” sobre a eficácia dos ajustamentos associados à assistência financeira.
Falando numa conferência sobre a crise na União Europeia e em Portugal, na qual participa também a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, sem se referir diretamente à Grécia, disse que Portugal, em conjunto com a Irlanda, é “a melhor prova” de que os programas funcionam, “e de forma mais eficaz do que muitos esperariam há quatro anos”.
“Se olharmos para o último relatório da OCDE” sobre quais os países que melhores resultados registaram ao nível de reformas estruturais, constata-se que “foram os países sob programa”, apontou Schäuble.
Schäuble e Maria Luís Albuquerque foram os dois oradores de uma conferência sobre a crise económica que decorreu em Berlim, realizada pela Fundação Bertelsmann, em conjunto com a embaixada de Portugal na Alemanha, sendo o debate centrado em como “reequilibrar e ultrapassar os impactos da crise na UE e em Portugal”.
“Confiança” explica diferença com Grécia
Sobre o que distingue o “sucesso” do programa português do caso da Grécia, os ministros responderam que o essencial é a confiança e a credibilidade.
Num debate “morno” sobre como “reequilibrar e superar os impactos da crise na UE e em Portugal”, a questão do impasse em torno do programa de assistência à Grécia, até aí referido, pelo próprio moderador da Fundação Bertelsmann como “o elefante na sala“, foi finalmente levantada no período de perguntas da audiência, tendo Wolfgang Schäuble e Maria Luís Albuquerque destacado a necessidade de os países sob programa mostrarem aos seus parceiros que são credíveis, de confiança.
“O mais importante é não destruirmos a confiança mútua. Se destruirmos a confiança mútua, estamos a destruir a Europa”, disse por diversas vezes Schäuble.
/Lusa
Claro que funcionam! Quantos biliões ganhou a Alemanha com Portugal neste negócio?