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Os satélites gémeos GRACE-FO já disparam os seus lasers no espaço

JPL-Caltech / NASA

Conceito artístico das duas naves gémeas da missão GRACE-FO

Falar de lasers e espaço na mesma frase será suficiente para fazer imaginar loucas batalhas espaciais como as que vemos em filmes como o Star Wars, mas desta vez a utilização de lasers é para fins científicos, bem mais pacíficos.

Os dois satélites GRACE-FO, ou Gravity Recovery and Climate Experiment Follow-On, que têm por missão observar alterações climáticas e a gravidade do nosso planeta, ligaram os seus lasers pela primeira vez.

Os lasers do duo de satélites estão a ser usados para monitorizar com precisão a distância entre si, de uma forma que superará a precisão obtida pelo sistema de micro-ondas utilizado na actual anterior de satélites.

A missão dos dois satélites é recolher dados para rastrear o movimento de massas líquidas de água, gelo e terra, criando mapas mensais das mudanças do campo gravitacional da Terra, dando continuidade ao registo climático estabelecido pela missão GRACE original (2002-2017), também um projecto conjunto entre os Estados Unidos e a Alemanha.

Segundo a NASA, a primeira missão GRACE deu aos cientistas um conjunto valioso de dados sobre a retracção permanente da massa de gelo na Antártida e na Gronelândia, gerando informação que foi usada em milhares de artigos científicos.

A nova tecnologia de medição de posicionamento, chamada Laser Ranging Interferometer, foi desenvolvida em colaboração entre o Jet Propulsion Laboratory da NASA, em Pasadena, e o Centro Alemão de Pesquisa em Geociências, em Potsdam, Berlim. Os dois satélites foram lançados a 22 de maio por um foguetão Falcon 9, da SpaceX.

“O LRI é um avanço na precisão da medição de distâncias no espaço”, disse ao site da NASA o director da Missão LRI, Kirk McKenzie, investigador do Jet Propulsion Laboratory da agência espacial norte-americana. “Este é o primeiro interferómetro laser a funcionar entre dois veículos espaciais e o culminar de 10 anos de investigação”.

Poderá não parecer difícil, mas tentar apontar um laser para um alvo do tamanho de uma moeda a 220 quilómetros de distância levanta inúmeras dificuldades, que a NASA teve que superar para poder implementar um sistema deste tipo.

Resta apenas esperar que esta tecnologia nunca seja adaptada a fins militares… pois ninguém gostaria de levar com um raio laser na cabeça vindo com grande precisão de uma arma a mais de 200km de distância.

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