Satélite russo secreto desfez-se em órbita. Nuvem de destroços pode durar um século

Um misterioso satélite russo desfez-se na órbita da Terra, criando uma nuvem de destroços à volta do planeta e ameaçando outros satélites, revelou a Força Espacial dos Estados Unidos (EUA).

De acordo com o Business Insider, o 18.º Esquadrão de Defesa Espacial anunciou na segunda-feira no Twitter que o satélite Kosmos 2499 partiu-se em 85 pedaços. A causa da desintegração do satélite ainda não é clara.

Os pedaços do Kosmos 2499 estão em órbita a uma altitude de 1198 quilómetros – tão alta que provavelmente estarão no espaço durante um século ou mais antes da atmosfera terrestre os arrastar para atmosfera e queimá-los, informou a NASA.

O Kosmos 2499 é um dos três satélites de comunicações militares que a Rússia lançou secretamente entre 2013 e 2015. Embora parece-se um lançamento padrão, até que os rastreadores espaciais notaram que tinha sido lançado um quarto objeto em órbita, segundo o jornalista Anatoly Zak, que gere o RussiansSpaceWeb.com.

Alguns meses mais tarde, a Rússia admitiu às Nações Unidas que tinha sido lançado um quarto satélite, que veio a ser conhecido como Kosmos 2491.

A Rússia lançou outro satélite secreto em maio de 2014 e logo começou a manobrar em órbita, baixando e elevando a sua altitude até se aproximar, “de forma suspeita”, do foguetão que o tinha colocado em órbita, referiu Anatoly Zak. Os militares norte-americanos designaram o objeto como Kosmos 2499.

Cerca de seis meses depois, o satélite em causa transmitiu dados telemétricos para a Terra em código morse. O comportamento estranho levantou suspeitas de que a Rússia estava a testar tecnologia com capacidade para seguir e destruir outros satélites, segundo o Space.com.

A 24 de dezembro de 2014, o diretor da Roscosmos da altura, Oleg Ostapenko, assegurou numa conferência de imprensa que o Kosmos 2491 e o Kosmos 2499 não eram “satélites assassinos”, informou Anatoly Zak. Ostapenko referiu ainda que os satélites tinham objetivos pacíficos e educativos e que tinham completado a missão.

Em 2015 foi lançado um terceiro satélite não registado para a órbita.

O primeiro satélite, o Kosmos 2491, partiu-se em 2019.

Brian Weedan, especialista em detritos espaciais da Secure World Foundation, disse à ArsTechnica que não acredita que uma colisão tenha causado a quebra do satélite. Já a LeoLabs, que rastreia objetos na órbita da Terra, escreveu no Twitter que os dados iniciais “apontam para uma explosão de baixa intensidade”.

ZAP //

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