Santos Silva exclui Chega das suas visitas a parlamentos estrangeiros

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António Cotrim / Lusa

O líder do Chega, André Ventura, considerou a decisão “o grau zero da democracia”.

O presidente da Assembleia da República excluiu o Chega das delegações das visitas a parlamentos estrangeiros, após o incidente na sessão de boas-vindas a Lula da Silva, que será discutido em conferência de líderes em 10 de maio.

De acordo com uma nota do gabinete do presidente da Assembleia da República, Santos Silva comunicou hoje à conferência de líderes que, “sempre que as suas deslocações em visita oficial a outros parlamentos incluam contactos com chefes de Estado, chefes de Governo ou ministros dos Negócios Estrangeiros”, deixará de ser acompanhado por deputados do Chega.

Na nota, Santos Silva considera que, pela sua prática, os representantes do Chega demonstraram que não garantem, “a 100%, que respeitam essas altas entidades e, em geral, as obrigações de respeito e cortesia que há muito caracterizam e distinguem a ação externa de Portugal”.

“Este critério aplica-se de imediato e significa a exclusão de qualquer representante do Grupo Parlamentar do Chega”, lê-se na nota.

Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, o líder do Chega, André Ventura, considerou que esta decisão constitui “o grau zero da democracia” e qualificou-a de “atitude vingativa, infantil e ditatorial”.

“O Chega manifestou-se ontem [terça-feira], como o país todo viu, foi uma manifestação dentro do nosso mandato de deputados e enquanto representantes do povo português. A aplicação de sanções apenas desprestigiam o parlamento e acentuam um clima de conflitualidade já de si latente”, disse.

O líder do Chega acrescentou ainda que não há “nenhuma norma regulamentar nem regimental que permita a aplicação de sanções” e defendeu que a decisão de Santos Silva é “pura arbitrariedade e discricionariedade”.

Contrariando esta versão, Pedro Delgado Alves salientou que esta decisão tem “toda a base formal”, uma vez que só cabe ao presidente da Assembleia da República decidir a composição das delegações que o acompanham ao estrangeiro.

“Não é uma sanção, é apenas dizer que, quem não está disponível no exterior, nem disponível esteve em sua casa, para respeitar um chefe de Estado estrangeiro (…) seguramente não pode arriscar a credibilidade, o prestígio, o respeito que a Assembleia da República quer que os outros Estados aliados, amigos, tenham pela República Portuguesa”, disse.

Na conferência de líderes, ficou também decidido que, no dia 10 de maio, será feita uma análise e reflexão sobre o incidente protagonizado pelo Chega durante a sessão de boas-vindas ao Presidente do Brasil, Luiz Inácio ‘Lula’ da Silva.

Nessa sessão, no início do discurso de Lula da Silva, os deputados do Chega levantaram-se e empunharam três tipos de cartazes, nos quais se lia “Chega de corrupção”, “Lugar de ladrão é na prisão” e outros com as cores das bandeiras ucranianas.

O Presidente do Brasil continuou o seu discurso durante mais alguns minutos, mas mal houve uma pausa, as bancadas à esquerda e do PSD aplaudiram entusiasticamente, enquanto os deputados do Chega batiam na mesa, em jeito de pateada, o que levou Augusto Santos Silva a intervir.

“Os deputados que querem permanecer na sala têm de se comportar com urbanidade, cortesia e a educação exigida a qualquer representante do povo português. Chega de insultos, chega de degradarem as instituições, chega de porem vergonha no nome de Portugal”, afirmou Santos Silva, visivelmente irritado.

// Lusa

10 Comments

  1. Estavas tão bem caladinho… só estás a dar mais votos ao Chega… o meu, está quase certo, depende apenas do Nuno Melo, pois não vejo alternativa atual à trapalhada do PS.
    Não te esqueças que foste eleito apenas para deputado, foi a máquina PS que te colocou nesse poleiro, assim como colocou uma cambada de outros boys…

    • Este gajo Santos Silva tem todo o ar de casmurro e autoritário. E ainda com aquelas orelhas, é uma figura que até assusta.

      • Pelas orelhas ainda escapa, o verdadeiro problema está, no que tem entre elas…

  2. Este manhoso se pudesse expulsar o Chega do Parlamento fazia-o de imediato. Falta-lhe compostura e categoria a este presidente do parlamento. E o seu ar de sonso também não o abona muito. Qualquer dia ele vai dizer que os eleitores dos deputados do Chega são de 2ª classe e os do seu partido são de 1ª classe. Parece que este “habilidoso” está a mostrar um preocupante absolutismo, devido, talvez, à sua maioria absoluta.

  3. Este orelhas SS arma-se em esperto e com a decisão estrambólica e precipitada que tomou, está a infringir dois artigos da Constituição e Normas europeias. André Ventura vai pô-lo na linha e SS vai ser envergonhado. Isto prova a sua falta de conhecimentos do cargo. A sua ânsia de vergastar o Chega é tal que até comete estes disparates ridículos.

  4. Acho muito bem, o “chega” devia estar fora do parlamento, quanto mais em visitas ao estrangeiro, vergonha por vergonha que nos envergonhe cá, no nosso pais.

    • Partido único: PS de Sócrates! Já estamos a viver uma ditadura. Só falta vir cá, no próximo 25 de abril, o Putin o Xi jin PIN e o Maduro…

  5. A máscara da ditadura actual está a cair! Ainda bem que existe o Chega, o IL e outros partidos que causam a queda! Não se pode suprimir a terceira força mais votada de portugal só porque não se gosta! Representam imensos portugueses!
    Se estes governantes fossem motoristas de um autocarro, só abriam a porta a quem gostassem!

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