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Santander avança com despedimento coletivo após trabalhadores recusarem acordos

Mário Cruz / Lusa

O Santander não chegou a acordo para a saída de 350 trabalhadores, de um total de 685 inicialmente previstos, e vai agora avançar com um “processo unilateral e formal” a partir de setembro.

Na prática, isto significa a realização de um despedimento coletivo, escreve o Público.

Numa nota interna da Comissão Executiva, a que a Lusa teve acesso, este órgão anunciou que “de acordo com o apuramento feito até esta data, existem cerca de 350 colaboradores (de entre o número de 685 colaboradores inicialmente previstos incluir no Plano de Reestruturação) que não aceitaram a proposta formulada pelo banco”.

A mesma nota adianta que “foi já hoje solicitado, nos termos legais, o parecer à Comissão Nacional de Trabalhadores que antecede a aplicação de medidas unilaterais de diminuição do número de trabalhadores” da instituição.

A Comissão Executiva indicou que “o processo unilateral e formal que se seguirá incidirá apenas sobre os colaboradores abrangidos no Plano de Reestruturação que entenderam não chegar a acordo com o banco, e será iniciado nos primeiros dias de setembro”.

Na mesma nota, o Santander recordou que terminou esta quinta-feira “o prazo previsto no Plano de Reestruturação do banco para a apresentação de respostas por parte dos colaboradores abrangidos”.

A instituição garantiu ainda que, “tal como referido no comunicado de 29 de junho, a cada um dos colaboradores abrangidos, determinados de acordo com critérios transparentes e objetivos, o banco apresentou as melhores condições do mercado, propondo reformas antecipadas aos colaboradores maiores de 55 anos de idade, e incluindo no valor dos acordos de revogação, quanto aos demais colaboradores, uma compensação contendo uma parcela correspondente ao montante ilíquido estimado de subsídio de desemprego”.

Os trabalhadores do Santander podiam responder à proposta para a saída até quinta-feira, no âmbito do plano de reestruturação do banco, sendo que as saídas podem chegar aos 1.200, segundo informações do presidente do banco, dadas ao parlamento.

Já foram vários os números apresentados no âmbito deste processo. Em 29 de junho foi aprovado o plano de reestruturação da instituição que previa a saída de 685 trabalhadores, aos quais foram apresentadas “as melhores condições de mercado”, segundo uma nota da Comissão Executiva do banco, a que a Lusa teve acesso, nessa altura.

Em causa estão trabalhadores de diversas áreas dos serviços centrais e da rede comercial do banco, incluindo os que estavam abrangidos pelo procedimento unilateral.

Estes colaboradores foram notificados até 15 de julho.

No dia 30 de julho, foi noticiado que cerca de 1.200 trabalhadores deverão sair do Santander Totta este ano, segundo as contas semestrais e as informações dadas pelo presidente do banco no parlamento.

Segundo as contas do primeiro semestre (lucros de 81,4 milhões de euros), entre janeiro e junho saíram 215 trabalhadores, tendo o Santander Totta 5.765 funcionários em junho.

Já numa audição no parlamento, na comissão de Trabalho, o presidente do banco, Pedro Castro e Almeida, disse que o atual programa de reestruturação prevê a saída de quase 600 trabalhadores (por rescisões por mútuo acordo e por reformas antecipadas), os quais foram escolhidos com base na avaliação dos últimos três anos.

O gestor disse que o número fica abaixo dos objetivos inicialmente pensados (primeiro 1.000 saídas e depois 685) e que para isso contribuíram as rescisões voluntárias que o banco já tinha anteriormente e a que trabalhadores aderiram, o que já levou a acordos para centenas de saídas (a maioria dos quais já saíram no primeiro semestre e os restantes que sairão no resto do ano).

No total do ano, é assim provável que as saídas ascendam a 1.200 trabalhadores.

ZAP // Lusa

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