“Entretenimento saudável”. Santa Casa desvaloriza estudo sobre raspadinhas

O Departamento de Jogos da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa desvalorizou a investigação da Universidade do Minho que aponta para o vício das raspadinhas.

Esta sexta-feira, um artigo científico publicado na The Lancet alertou para o vício das raspadinhas em Portugal, com um dos investigadores a dizer que “há pessoas que gastam 500 euros num dia“.

Na sequência deste alerta, o Departamento de Jogos da Santa Casa emitiu um comunicado em que destaca o compromisso assente no “entretenimento saudável”. De acordo com a rádio Renascença, a nota começa por afirmar que “o artigo em causa não pode ser classificado como ‘estudo’, sendo que os dados citados se limitam à reprodução de valores contidos no Relatório & Contas 2018”.

Os Jogos Santa Casa lamentam que, “a partir de dados genéricos e perceções sem qualquer tipo de fundamentação científica ou trabalho estatístico, se extrapolem conclusões genéricas”, cita a rádio.

O Departamento de Jogos assegura ainda que as vendas da raspadinha abrandaram “nos anos mais recentes, mantendo esta o seu peso relativo no portfólio dos produtos”, cita ainda o Jornal de Notícias.

 

De acordo com o estudo realizado por dois investigadores da Universidade do Minho, o gasto médio por pessoa em raspadinhas é de 160 euros por ano em Portugal, quando em Espanha o valor ronda os 14 euros.

A instituição frisa que a “situação entre Portugal e Espanha não é comparável, já que neste país “não há tradição de aposta neste tipo de jogo da lotaria instantânea de base territorial, ao contrário do que acontece em Itália, o país europeu líder no valor médio gasto per capita em raspadinha”.

A Santa Casa assegura que “o peso do valor gasto no rendimento das famílias tem-se mantido constante nos últimos anos, não chegando a 1%”. Além disso, a instituição destaca o “reforço constante das práticas do jogo responsável (…) assente no entretenimento saudável”.

ZAP //

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