Faz hoje três anos que aconteceram os crimes de Aguiar da Beira. Três homicídios que valeram a Pedro Dias a condenação a 25 anos de prisão. O militar que sobreviveu, apesar de baleado por Pedro Dias, fala do que aconteceu e diz que foi “salvo pelo galo”.
O militar da GNR António Ferreira andou às voltas, coberto de sangue, depois de ter sido baleado por Pedro Dias em Aguiar da Beira, no distrito da Guarda. Na altura, o seu colega, também militar da GNR, estava fechado na mala do carro da força policial, depois de ter sido igualmente atingido por Pedro Dias.
“Tinha sido baleado, estava com o sangue a escorrer-me na cara. Andava às voltas há muito tempo, virava para todos os lados e não encontrava casas. Senti que ia morrer, tinha acabado tudo”, relata António Ferreira em declarações ao Correio da Manhã (CM).
Até que o cantar de um galo serviu como um sinal de esperança. “Ao ouvir o galo foi como se ganhasse novamente forças. Percebi que tinha de haver casas perto, que alguém me podia salvar”, acrescenta o militar, frisando que, “nessa altura”, a sua “maior preocupação era avisar alguém de que o Caetano tinha sido baleado, que estava na mala do carro da GNR”.
Apesar de já terem passado três anos dos crimes que abalaram o país, António Ferreira diz que, ao falar daqueles momentos, “é como se as prateleiras que estão fechadas voltassem a abrir-se”. “Volta tudo, regressam os pesadelos, as noites mal dormidas”, constata.
O militar também frisa que “a falta de respostas nunca dará paz” aos que viveram e sofreram com aqueles momentos. “Não sabermos porque é que o fez, porque matou o Caetano, porque é que depois matou a Liliane e o Luís”, aponta António Ferreira que ainda hoje não consegue visitar a campa do amigo militar que morreu, assassinado por Pedro Dias.
Realmente deveriam ter deixado a GNR limpar o mundo deste monte de esterco…