Salvador Malheiro já entregou moção de Rio (e não lhe falta “esperança e fé”)

Paulo Novais / Lusa

O diretor de campanha de Rui Rio formalizou, esta segunda-feira, o processo de recandidatura do atual presidente à liderança do PSD, manifestando “muita esperança e fé” que este se mantenha no cargo depois das diretas de sábado.

Com Rui Rio em campanha na Madeira, coube a Salvador Malheiro formalizar a entrega de assinaturas – “entre 1700 e 1800”, acima do limite mínimo de 1500 – da moção de estratégia e do orçamento de campanha, que disse rondar os 31 mil euros, abaixo dos 40 mil das últimas diretas.

Questionado sobre as previsões para as diretas de sábado, em que Rio terá como opositor Paulo Rangel, o diretor de campanha manifestou-se confiante na “energia redobrada” passada “sobretudo pela militância de base”.

São muitos os que se reveem em Rui Rio, sobretudo como o que está melhor preparado para o cargo de primeiro-ministro”, considerou.

Tal como Rio tem defendido, o vice-presidente do PSD salientou que o voto de qualquer dirigente concelhio ou distrital – que, na sua maioria, têm manifestado apoio a Paulo Rangel – valem tanto como o dos militantes de base.

“Vamos continuar a trabalhar, o sucesso só acontece depois de muito trabalho (…) Tenho muita esperança e fé que Rui Rio possa continuar a ser presidente do partido depois de dia 27″, afirmou.

Ao lado de Salvador Malheiro na entrega do processo aos membros do Conselho de Jurisdição Nacional do partido esteve o também vice-presidente do PSD, David Justino, e as deputadas Lina Lopes e Filipa Roseta.

Questionado sobre a declaração pública de outro ‘vice’, Nuno Morais Sarmento, que já disse que sairia da direção mesmo que Rio ganhasse e preferiu não dizer publicamente quem apoiava, Salvador Malheiro disse que também não o ouviu “declarar uma oposição” ao atual presidente.

Sentimos uma força muito grande passada sobretudo pela militância de base, o voto do Nuno Morais Sarmento conta como um voto de qualquer outro militante e estou confiante que poderá votar em Rui Rio, nada me diz o contrário”, afirmou.

Sobre uma das linhas de força da moção de estratégia de Rio, divulgada no domingo, de que se deve construir uma “nova maioria sem linhas vermelhas”, assente no diálogo “à esquerda ou à direita”, Salvador Malheiro sublinhou a continuidade da moção “Governar Portugal” em relação a 2018 e 2020, realçando que esta última até teve “a aprovação inequívoca” de Rangel.

“Uma estratégia clara de governar Portugal ao centro e estamos prontos para analisar os resultados que acontecerem a 30 de janeiro, nunca fechando a porta às forças políticas democráticas, e tendo consciência de que Portugal precisa de ser libertado da extrema-esquerda que tem coartado a dinâmica da nossa economia”, afirmou.

Questionado sobre o processo de entrega de lista de deputados, cujo prazo termina a 20 de dezembro, um dia depois do Congresso do PSD, e que tem gerado alguma polémica, o vice do partido reafirmou o que tem dito o atual líder.

Todos conhecem os estatutos do PSD, a quem compete fazer listas para a Assembleia da República é à Comissão Política Nacional. Naturalmente que temos esse episódio da escolha do novo presidente, que pode ser o mesmo ou não, o bom senso há de prevalecer”, considerou, acrescentou que a direção até já iniciou esse processo.

Salvador Malheiro agradeceu a todos os “milhares de militantes” que participaram na recolha de assinaturas, apesar de Rio não ter feito a tradicional volta nacional, com o argumento de se focar na oposição ao Governo com vista às legislativas.

Sobre a ausência esta segunda-feira do presidente do PSD, que se encontra na Madeira, o seu diretor de campanha desvalorizou, recordando que este será o único local em que Rio fará campanha interna por não ter estado na região nas últimas autárquicas. “Este é o momento formal da candidatura e não o momento do presidente”, disse.

// Lusa

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