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Presidente da Jerónimo Martins recebe 260 vezes mais do que um trabalhador. “Não se justifica”

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Inácio Rosa / Lusa

O presidente do conselho de administração do grupo Jerónimo Martins, Pedro Soares dos Santos

Em média, os directores das empresas cotadas em bolsa recebem um salário 32 vezes superior aos seus funcionários.

“Esta diferença não se justifica”.

O resumo é de Helena Garrido, economista, sobre a diferença nos salários entre os gestores de empresas cotadas em bolsa e os vencimentos dos funcionários das mesmas empresas.

Em média, os directores das empresas do PSI recebem um salário 32 vezes superior aos seus funcionários, revela o portal ECO.

Foram analisadas 14 empresas, cujos presidentes-executivos tiveram um salário médio mensal de 120 mil euros no ano passado.

Nas mesmas empresas, e novamente como média, cada funcionário custou à empresa cerca de 3.700 euros por mês (lembremos que o custo para a empresa não representa o salário líquido do trabalhador).

A média de salário 32 vezes superior é uma… média. Depois há valores bem distintos entre as empresas.

A maior diferença está – de longe – na Jerónimo Martins. O presidente Pedro Soares dos Santos recebeu quase 5 milhões de euros em 2023, mais 260 vezes do que os seus trabalhadores, em media. Parte desta diferença está relacionada com os salários mais baixos na Polónia e na Colômbia, onde a empresa também opera.

A seguir aparece a Sonae, igualmente com um rácio muito grande, mas bem distante: o vencimento de Cláudia Azevedo é 74,7 vezes maior do que o dos outros trabalhadores.

A completar o pódio surge a Mota-Engil, onde Carlos Mota Santos recebeu no ano passado 51,3 vezes mais do que os funcionários da empresa.

Lá em baixo, com a menor diferença das 14 empresas analisadas, está a Corticeira Amorim. O salário de Antonio Rios de Amorim é 9 vezes superior ao dos seus trabalhadores.

Os gestores de REN, Altri e Greenvolt têm salários com rácios entre 10 e 15 vezes superiores aos restantes. Também surgem no outro extremo da lista, nas diferenças menores.

Ainda no contexto do Dia do Trabalhador, assinalado a 1 de Maio, Helena Garrido destacou que “valeria a pena debater” este assunto.

“Seria um contributo para promover igualdade e, no limite, melhores salários. Esta diferença não se justifica“, analisou a economista, na Antena 1.

ZAP //

6 Comments

  1. Se dependesse de mim, há muito que tinha fechado a tasca.
    Desde aquele inesquecível primeiro de maio em que arrastou com promoções, o povo cego para os seus hipermercados, e ameaçou com despedimento os trabalhadores que se recusavam a trabalhar nesse dia, que nunca mais entrei nessa casa de pingos amargos. Claro que vivem bem sem mim, mas eu vivo ainda melhor, na esperança de que, mais cedo que tarde, a sua habilidade saloia seja revertida.
    É tão simples… bastava que os clientes fossem solidários com quem lá trabalha. Tão somente isso!

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  2. Curiosamente acontece exactamente o mesmo comigo !
    Desde esse 1º de Maio e do comportamento absolutamente reprovável dos donos da cadeia Pingo Doce, nunca mais fiz compras nesses supermercados.
    Até essa altura até era cliente relativamente assíduo dessa cadeia ( embora já utilizasse igualmente outros supermercados ), mas a partir desse 1º de Maio, acabou ! Nunca mais pus um pé nessas lojas !

    Cumprimentos,

    Rui Martins

  3. Bem, estamos de acordo em não gostar do Pingo Doce como supermercado onde adquirir produtos.
    Mas quanto ao tema da noticia, a questão é: As empresas não são deles? Porque é que eles não podem ganhar o que lhes der na real gana? E quanto aos cuidados dos trabalhadores (sim porque o tipo que criou a empresa, que a gere e que se atravessa todos os dias por ela não faz nada), podem sempre ir trabalhar para outro lado muito melhor, não é?

  4. Em primeiro lugar os donos dessas grandes superfícies não obrigam ninguém a lá ir. Em segundo tratam-se de empresas privadas e portanto pagam o que quiserem a quem as gere. Preocupante é quando pagam mal a quem os serve e obrigam-nos a horários abusivos

  5. Claro que sim . São empresas privadas. O Estado não tem que impedir, a não ser que estivesse lá a Esquerda para taxar as empresas com lucro, como gostaria, mas, depois iria sobrar para os trabalhadores, menos contratados, salários mínimos, etc… Eu até gosto da comida do Pingo Doce …

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