Novo salário mínimo de 705 euros custa 1130 euros por mês às empresas

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O aumento do salário mínimo nacional para os 705 euros representa um custo da ordem dos mil euros por mês, por cada trabalhador, para as empresas. Contabilizando os subsídios de férias e de Natal, esse custo chega aos 1.130 euros.

Por cada salário mínimo nacional de 705 euros, uma empresa terá uma despesa mensal de 991,48 euros, de acordo com uma análise da BA&N Research Unit que é citada pelo Jornal Económico.

Além do valor base atribuído ao trabalhador, a empresa terá ainda de pagar a Taxa Social Única (167,44 euros), o subsídio de alimentação (167,44 euros – considerando um valor médio de 4,77 euros ao dia), o seguro de trabalho e ainda 7,05 euros para o Fundo de Compensação do Trabalho (FCT).

Mas, acrescentando o pagamento dos 13º e 14º meses, ou seja, dos subsídios de férias e de Natal, cada trabalhador com um salário mínimo custará 1130 euros às empresas, como nota a BA&N Research Unit.

O novo salário mínimo nacional foi aprovado pelo Governo no passado mês de Dezembro, apesar da queda do Executivo e da marcação de eleições antecipadas.

Mais de 880 mil trabalhadores serão beneficiados com este aumento, de acordo com dados da BA&N Research Unit. Para as empresas, o custo global deverá ser da ordem dos 600 milhões de euros.

O Estado também custeará parte do aumento, uma vez que tem cerca de 110 mil trabalhadores a receberem o salário mínimo. Mas o grosso dos trabalhadores nestas condições, ou seja, 90%, estão no sector privado.

Entretanto, António Costa já prometeu um salário mínimo de 900 euros em 2026 no âmbito da campanha eleitoral para as legislativas antecipadas.

ZAP //

12 Comments

  1. Falta o seguro e dizer que o trabalhador trabalha 11 meses, logo, o custo anual deve ser divido por 11. Ou seja, cerca de 1300€/mês. Este é o valor mínimo que um trabalhador deve produzir por mês para apenas justificar o seu salário. Já agora, isto corresponde a cerca de 60€ por dia, 7,38€ por hora.

    Por seu lado o trabalhador recebe 11 X 168€ + 14 X 627,45€, ou seja 10 635,60 € por ano. Se dividirmos tudo por 12 a liquidez é de 886,30 €, ou seja, 40,29 € por dia ou 5,04 € por hora. Isto quer dizer que recebe 68 % do que custa. Quando pensarem que, por receberem o ordenado mínimo, não pagam impostos… pensem novamente. Quando quiserem perceber o que isto significa para quem emprega decidir contratar mais alguém, pensem que, além disto existem custos de infraestrutura, organização e outros, que acrescentam numa empresa bem organizada, mais 60% – 75%. Além disto, o negócio tem de ser interessante, portanto tem de dar lucro. Facilmente se chega à conclusão que, para justificar o posto de trabalho, uma pessoa que ganha o ordenado mínimo terá de produzir 2 950 € por mês. Agora, entrem dentro de uma mercearia, assumindo que têm 50% de margem, pensem que cada empregado tem de vender cerca de 6000€ por mês, ou 134,28 € por dia.

    Convém acrescentar que isto é verdade se tudo correr bem e não houver ausências ou atrasos.

    Há várias reflexões a fazer enquanto consumidores:
    – Este aumento poderá representar um aumento nos custos de bens e serviços na ordem dos 5%.
    – Se quisermos que as empresas baixem as margens, o empregados têm de ser muito mais produtivos, por exemplo baixar de 50% para 30% implica aumentar a produtividade do caso anterior de 6000€ para cerca de 9900€.

    • Já que sabes das contas…
      A minha mulher trabalha num restaurante á uns 10 anos, nunca subiu de “posto” por isso continua como se não tivesse experiencia… trabalha (42h)das 10/18h Segunda a Sábado com 1 hora (que raramente a tem), pois vai comendo quando os outros acabam de comer e nunca tem hora certa de comer.
      Entra à hora saí quase sempre depois da hora +10+20…… recebe um subsidio de Natal e Férias, chega ao fim do mês quanto devia receber? já que recebe supostamente o ordenado mínimo como vem no papel..

      • Deveria provavelmente ganhar mais, assumindo que produz o que diz que produz, também acho difícil trabalhar 10 anos no mesmo sítio com essas condições e não ter arranjado melhor, mas enfim.

        O que ela ganha é uma parte do que o governo ganha, em vez de se preocupar tanto com o patrão, talvez devesse olhar para o governo ou acha realmente que uma empresa vai dar prejuízo!!!
        Afinal o que querem? Criticam tanto por salvar a TAP que só da prejuízo mas depois querem que o resto das empresas de prejuízo para que os trabalhadores ganhem mais e os consumidores paguem menos ?

        Se aumenta os combustíveis, todos os serviços aumentam, desde produtos ao gajo que gasta combustível para ir a sua casa entregar o produto, mas que raio de contas vocês fazem !

        O mesmo com os salários, se aumenta o salário mínimo vai ter de aumentar o salário médios para que continuem acima do mínimo o que significa que por exemplo um supermercado vai ter mais custos com os trabalhadores, no topo do bolo vem a cereja, como os produtores e os transportadores também vão ter mais custos o produto vai chegar mais caro ao supermercado, estes para dar lucro vão ter de imputar esses custos nos preços finais e que vai pagar isso são todos os consumidores.
        O salário aumenta 20 euros mas o custo de vida aumenta 100 e o governo é quem ganha mais.

        Mas pronto, continue la a votar neste governo (até porque não sei até que ponto outro vá ser melhor), fique contente com esse aumento para a sua senhora e refaça as contas para ter suficiente para pagar os aumentos no custo de vida.

        Pessoalmente, eu aconselharia a sua esposa a repensar a estratégia de vida profissional, se ela não arranja melhor só pode significar 2 coisas, ou afinal está melhor do que pensa ou não presta como professional e não merece mais…
        (Desculpe lá a honestidade)

        Pessoalmente sou a favor de aumento salarial, mas tem de ser acompanhado com uma nova estratégia de impostos com menos peso tanto nas empresas como nos trabalhadores e para isso o governo tem de baixar os custos operacionais e investir melhor nos recursos ao invés de gastar em contratos milionários que não trazem retorno.
        Começar essa revolução pelo salário mínimo é como construir uma casa e começar no telhado, nunca vai conseguir construir o resto da casa porque o telhado não tem suporte e não fica suspenso no ar.

      • Falar é fácil e o que é certo é que ter 2 filhos na escola e para dar de comer e as coisas para pagar e é dificil de arranjar outro emprego, nem tem tempo para procurar, denunciar ainda piora a situação para nós, porque se mandam embora, oxalá nunca te falte dinheiro para comer como já tivemos falta, e sabes como é com o Covid mais falta de trabalho e sempre pagaram, mudar para depois outros falharem e cair no fundo desemprego, tentaram meter mais uma funcionaria o mês passado, era só pessoal que recebia rendimento ou pelo fundo desemprego que respondia mas queria sem papeis.. enfim melhores dias viram.

  2. Mas existem empresas a pagar o ordenado mínimo?
    Acho que hoje em dia quase só aceitam desempregados a receber subsídio, e estagiários.

    Como despedir alguém só porque sim é super difícil, hoje em dia praticamente só se fazem contratos temporários e esquemas similares.. o efeito prático é o mesmo: a pessoa vai para o desemprego só porque sim… sem possibilidade de lá ficar, que a seguir metem outro nas mesmas condições. Nada contra os patrões que o fazem, se fosse patrão queria ter a flexibilidade de despedir só porque sim, para manter as pessoas em contrato sem termo… porque se decidirem meter baixas infinitas e tal, começar a não querer trabalhar a dar o litro, queria simplesmente pôr a pessoa na rua e meter outra que de facto fizesse o trabalho. Excepções? Com contrato elaborado com a concordância livre de parte a parte. Se o patrão tiver uma perspectiva errada deixa de arranjar trabalhadores e tem de ir ele fazer o que exige aos outros.

    O mais engraçado é ver malta a chorar-se que não conseguem encontrar alguém para trabalhar, mas quando se lhes pergunta as condições que oferecem, é só rir, como é que querem oferecer condições miseráveis e ter gente? Ainda ficam ofendidos a pensar que estão a fazer um grande favor em querer dar trabalho, mas a relação trabalho/ benefício é que está fora da equação.

  3. O que interessa é criar a falsa ilusão de subir ordenados para pagar mais impostos sem reclamar muito. As empresas que carreguem o fardo, mesmo que não possam. E os totós não percebem que perdem progressivamente poder de compra ano após ano

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