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“Ir trabalhar não é só para ganhar dinheiro”. Cidade aumenta salário mínimo em 29 cêntimos

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Hong Kong aumentou o salário mínimo em 29 cêntimos. Um governante salientou que “ir trabalhar não é só para ganhar dinheiro”.

Em 2022, Hong Kong foi considerada a cidade mais cara do mundo para se viver pelo terceiro ano consecutivo, de acordo com um relatório anual da empresa ECA International. Entretanto, Nova Iorque ultrapassou o território autónomo no sudeste da China, mas os preços não abrandaram.

Por exemplo, o preço médio de um café em Hong Kong é de 5,21 dólares e o preço de um litro de gasolina custa, em média, 3,04 dólares. E os preços absurdos não se ficam por aqui. O mercado imobiliário é altamente inflacionado e lugares de estacionamento podem custar quase um milhão de euros cada.

Esta segunda-feira, o Governo de Hong Kong aumentou o salário mínimo da cidade em 29 cêntimos levando à revolta de muitos habitantes.

“Achamos que isto é inaceitável”, disse Wong Shek-hung, diretor do programa de Hong Kong, Macau e Taiwan da organização de caridade Oxfam, citado pela CNN. “[O aumento] não consegue cobrir as necessidades básicas em Hong Kong”.

O novo salário mínimo é agora de 40 dólares de Hong Kong (4,63 euros) por hora, em comparação com os anteriores 37,5 dólares de Hong Kong (4,34 euros) por hora.

Por lei, o salário mínimo em Hong Kong deve ser revisto a cada dois anos, mas foi congelado no seu valor anterior em 2021, alegadamente devido ao impacto da pandemia de covid-19.

Segundo a Oxfam, o novo salário é ainda inferior ao que uma família de duas pessoas receberia através do programa de segurança social da cidade.

O secretário de Estado do Trabalho e da Segurança Social de Hong Kong, Chris Sun, disse em janeiro que “muitas pessoas […] preferem trabalhar do que receber assistência social, porque pensam que isso tem mais valor para as suas vidas”.

“Afinal, as pessoas gostam de ir trabalhar ou não? De facto, ir trabalhar não é só para ganhar dinheiro. É importante para o espírito e para a saúde”, disse Sun, segundo a emissora pública RTHK. “Por isso, as duas coisas não podem ser comparadas. Uma é a segurança social, a outra é o trabalho”.

Todos os anos, o Dia do Trabalhador, em 1 de maio, era palco de grandes manifestações em que se exigia melhores condições de trabalho. No entanto, desde que foi imposta a lei de segurança nacional, estes protestos abrandaram. Este ano houve apenas algumas pequenas manifestações em que se pedia salários mais elevados.

ZAP //

1 Comment

  1. Será que não existe nenhum cidadãos e Hong Kong que aperte o nariz ao dito Secretário Estado do Trabalho?

    Quem diz o que ele disse depois de conhecermos os preços do custo de vida e o pagamento por hora que recebem os trabalhadores o mínimo que uma figura dessas merecia era trabalhar 1 ano a ganhar o que um trabalhador ganha, depois dessa experiência veríamos se essa figurinha conseguiria debitar asneira igual.

    Tenho pena do Povo de Hong Kong, tão passivo depois de ouvir esta afronta, mesmo sendo uma “parcela” da China, mas sendo uma região autónoma nada justifica este pensamento de beduíno …

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