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Há centenas de anos que as Sakuras de Quioto não floresciam tão cedo. A culpa é do aquecimento global

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Oren Rozen / Wikimedia

Sakuras de Quioto, Japão

As Sakuras, nome japonês dado às cerejeiras em flor, atraem milhares de pessoas todos os anos, mas esta primavera as árvores estão a florir mais cedo do que o habitual.

As famosas cerejeiras costumam pintar várias zonas do país de cor de rosa em abril mas, este ano, a temporada chegou mais cedo.

Em Quioto, a antiga capital do Japão, estas árvores atingiram o pico da floração no dia 26 de março, uma antecipação de dez dias em relação à média (que seria no dia 2 de abril).

Yasuyuki Aono, investigador na Universidade de Osaka, revelou à BBC que tem estudado documentação sobre as Sakuras desde o ano 812. Tudo indica que o anterior recorde foi no ano 1409, com registos de que as árvores estavam plenamente floridas no dia 27 de março.

A Agência de Meteorologia do Japão associa a chegada precoce das famosas flores ao aquecimento global, nomeadamente à subida das temperaturas em fevereiro e março.

De acordo com os dados da agência, a temperatura média em março em Kyoto subiu para 10,6º em 2020, sendo que em 1953 era de 8,6º. Até agora, a temperatura média de março no Japão foi de 12,4º – uma subida considerável em relação ao ano passado.

“As nossas observações da vida destas plantas mostram que os fenómenos da primavera (como as flores de cerejeira e ameixoeira) tendem a ocorrer mais cedo, enquanto os fenómenos do outono atrasam”, explicou à AFP o meteorologista Shunji Ambe.

O especialista frisa que as cerejeiras são sensíveis às mudanças de temperatura e o momento de sua floração pode fornecer dados valiosos para estudos sobre as mudanças climáticas.

Das 58 cerejeiras em observação pela agência meteorológica do Japão, 24 começaram a florir na data mais cedo de sempre e 14 atingiram a floração plena em data recorde.

Os registos do florescer das cerejeiras no Japão datam de 812. As flores, “sakura” em japonês, duram apenas alguns dias, mas atraem milhares de curiosos aos parques.

Este ano, o governo pediu que se limitassem as festividades tradicionais como o hanami, o hábito de fazer piqueniques, com música e bebida, para conter a pandemia de covid-19.

Ainda assim, centenas de pessoas com máscaras acorreram às imediações do Palácio Imperial de Tóquio, para tirar fotografias entre as árvores.

As sakuras influenciaram profundamente a cultura japonesa durante séculos e foram regularmente usadas na poesia e literatura, sendo que a sua fragilidade é vista como um símbolo de vida, morte e renascimento.

Ana Isabel Moura, ZAP //

3 Comments

  1. Nada racional. A exigência da perfeição humana da ocorrência da floração é como exigir que uma tartaruga vá almoçar todos os dias no mesmo sítio e às mesmas horas…. o que é ridículo. Já agora porque não falar da duração de um dia terreno? Porque não tem a mesma duração de a 2000 anos atrás? E porque o buraco negro mais próximo da Terra está a influenciar a duração de um dia terreno? E o Sol que está mais “fraco”, nem estamos na mesma “rota” e “mais uns anos” a estrela polaris deixará de ser a estrela mais brilhante no hemisfério norte? Também deve ser essa magnífica teoria do aquecimento global ? Ou então da mente pequena humana que desconhece muito e por ter uma licença de algum governo pensa que é um título de inteligência….

  2. Mais um estudo que vem comprovar a mentira do aquecimento global! Se em 1409 as cerejeiras estavam floridas em 27 de março como podem dizer que em 2021 a floração das cerejeiras a 26 de março se deve ao aquecimento global? E naqueles anos em que a floração é já em abril?? Também é por causa do aquecimento global??
    Em 1409 já existiam automóveis, aviões ou centrais termoelétricas?? Então porque é que as cerejeiras floriram ainda em março, quando a média é a 2 de abril ?? Será que já existia “aquecimento global”?
    Então porque é que continuam a sugar dinheiro à custa de impostos “verdes”??
    Ainda acreditam na teoria do aquecimento global??

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