Sabe que continente tem mais espécies animais?

(CC0/PD) etifae / Pixabay

Cordilheira dos Andes e as suas “dezenas de microclimas”

Os cientistas já identificaram mais de um milhão de espécies animais, em todo o mundo, e há milhões de outras ainda por descobrir. Mas a pergunta que impera é: afinal, qual é o continente com mais espécies animais?

Há milhões de espécies animais, espalhadas pelo mundo. Umas já descobertas outras por descobrir.

Durante séculos, os cientistas catalogaram e geolocalizaram milhares espécies globalmente.

Inicialmente, a contagem começou a fazer-se com base em coleções de museus. Depois, os mais curiosos começaram a especializar-se e correram mundo atrás de novas espécies. Mas, hoje, “a ciência cidadã” também contribui significativamente para este esforço.

À Live Science, Vítor Piacentini, ornitólogo da Universidade Federal de Mato Grosso, Brasil, destaca que, nos últimos 20 anos, houve uma revolução na ciência cidadã, que “ajudam os cientistas a preencher as lacunas”.

Na década de 1980, o cientista Norman Myers criou e difundiu o termo “hotspot de biodiversidade” para se referir a locais com um número excecionalmente elevado de espécies para a sua área de superfície.

Dos 36 hotspots atuais, a maioria encontra-se em regiões que atravessam a linha do equador, com climas quentes e húmidos. A abundância de plantas nestas áreas desempenha um papel crucial na diversidade animal.

Barnabas Daru, ecologista da Universidade de Stanford, explicou à Live Science que locais com maior diversidade de plantas facilitam a abundância de outros organismos, porque “as plantas são a base das espécies”.

“Se um local tem uma maior diversidade de plantas, torna-se mais fácil para outros organismos que dependem dessas plantas tornarem-se mais abundantes”, disse.

As plantas prosperam principalmente em climas quentes e húmidos, onde a humidade e calor favorecem a retenção de água e a atividade de microrganismos decompositores – essenciais para a alimentação das plantas.

Além disso, os insetos, essenciais para a polinização, também se adaptam melhor a climas quentes, já que não conseguem regular a temperatura do próprio corpo.

“Mas e a resposta à questão inicial?”

Antes disso, é importante entender que para abrigar um grande número de espécies, um continente deve oferecer não apenas condições tropicais, mas também uma variedade de habitats.

Como refere Vítor Piacentini, os lugares com alta biodiversidade têm muitos nichos potenciais para os animais ocuparem.

Árvores altas e montanhas, por exemplo, criam variações de temperatura e terreno, permitindo a coexistência de várias espécies sem competição direta.

E, agora sim, resposta é…

A maioria dos cientistas concorda que a América do Sul tem o maior número de espécies animais.

Desde a floresta amazónica, com seus múltiplos estratos de árvores para os animais ocuparem, até à Cordilheira dos Andes, com dezenas de microclimas, a América do Sul tem a combinação perfeita de calor e geografia para acolher milhares ou milhões de espécies de animais.

ZAP //

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