Quase um ano após o início da invasão na Ucrânia os russos começam a questionar publicamente os objetivos da “operação militar” de Vladimir Putin.
De acordo com Margarita Simonyan, editora-chefe da RT citada pelo Newsweek, os russos não entendem os verdadeiros objetivos do Presidente na sua guerra contra a Ucrânia. A responsável queixava-se dos russos durante um programa transmitido na televisão estatal.
Margarita Simonyan é descrita pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos como um dos principais rostos da propaganda e desinformação russa. “Apesar dos muitos chapéus que usa, a sua principal função é ser leal à propaganda de Vladimir Putin”, referiu o departamento num comunicado publicado a 31 de agosto.
Uma parte do seu discurso foi publicado no Twitter pelo jornalista da BBC Francis Scarr, na terça-feira.
“Não sei se devo rir ou chorar. A chefe da RT [Margarita] Simonyan respondeu aos russos queixando-se de que não compreendem os verdadeiros objetivos da invasão. Ela afirma que Putin escolheu deliberadamente os objetivos vagos de ‘desmilitarização’ e ‘desnazificação’ para que a Rússia tivesse flexibilidade à medida que as coisas se desenrolavam”, escreveu o repórter.
I don’t know whether to laugh or cry
RT boss Simonyan responds to Russians complaining that they don’t understand the invasion’s real aims
She claims Putin deliberately chose the vague aims of ‘demilitarisation’ and ‘denazification’ so Russia had flexibility as things unfolded pic.twitter.com/EsDVeL34IU
— Francis Scarr (@francis_scarr) February 7, 2023
Margarita Simonyan começou por dizer que amigos, conhecidos, peritos e soldados russos, assim como outras pessoas que lhe escrevem, queixam-se “todos os dias” e dizem que não compreendem os objetivos da Rússia no conflito.
A 24 de fevereiro de 2022, Putin enviou as suas tropas para a Ucrânia. Algumas semanas após o início da guerra, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergey Lavrov, disse que o objetivo do Kremlin era alcançar a “libertação total das repúblicas de Donetsk e de Luhansk”, que constituem a região oriental do Donbas.
“Quais são os nossos objetivos? Bem, deixem-me tentar explicar. A frase é um pouco complicada e vaga: desnazificação e desmilitarização. Não é complicado e vago por qualquer razão”, indicou Margarita Simonyan.
“É deliberadamente complicado e vago, porque” dos três objetivos “apenas um é claro” e “inquestionável”: a “libertação do Donbas”, acrescentou.
A editora-chefe disse ainda que a Rússia “foi agora mais longe porque as nossas novas regiões – Zaporíjia e Kherson – não podem ser abandonadas em quaisquer circunstâncias e devem ser libertadas, como é óbvio”.
“Mas os outros objetivos – desnazificação e desmilitarização – são formulados como tal deliberadamente. E àqueles que se queixam de que estes objetivos não são claros e perguntam: “o que significa isso? Vamos conquistar Kiev ou não? Vamos a Berlim, ou talvez a Lisboa? Seria bom que os nossos objetivos fossem articulados explicitamente”, não devemos ser explícitos quanto aos nossos objetivos. Nunca ninguém é explícito sobre eles”, continuou.
“Os objetivos mudam dependendo da capacidade. Há um objetivo mínimo. Para nós, o objetivo mínimo é libertar e defender as nossas quatro regiões. E há objetivos que podem estar sujeitos a mudança dependendo da capacidade”, referiu.
O foco atual da guerra é Bakhmut, uma cidade industrial na região oriental de Donetsk, onde ambos os lados se confrontaram durante meio ano. O grupo Wagner liderava as tropas russas na região. No entanto, os seus combatentes estão lentamente a ser substituídos na ofensiva.
Os russos andam todos baralhadinhos das ideias…
Mas nós em Portugal, não. Temos a propaganda ucraniana e americana para nos orientar bem…
Que eu saiba , a Ucrânia , a America ou outro País qualquer , não invadiram a Rússia contrariamente ao desejo do Ditador Putin , que tal o Adolfo quere ser un Julio Cesar dos tempos modernos ! ….. Tão glorioso que é , assentado num monte de Cadáveres !
Não é propaganda é constatação da agressão que vitima a Ucrânia , propaganda fazem os Russos.