Rússia rejeita acusações de pirataria informática de Angela Merkel

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EPP / wikimedia

A chanceler alemã, Angela Merkel

A Rússia rejeitou, esta sexta-feira, as acusações da Alemanha de que piratas informáticos russos teriam visado Angela Merkel em 2015.

“Cinco anos se passaram, mas não foram fornecidos factos concretos (que apoiem a tese de uma pirataria russa)”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, numa entrevista ao media russo RBK. “Não há evidências contra a Rússia”.

A chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou, na quarta-feira, possuir “provas” de tentativas “escandalosas” de “pirataria” informática russa que a teriam visado.

“Posso dizer honestamente que isso me incomoda. Cada dia, tento garantir as melhores relações com a Rússia, e por outro lado existem provas tão tangíveis de que as forças russas cometem esses atos”, declarou a chanceler perante os deputados reunidos no Bundestag (câmara baixa do Parlamento alemão).

Merkel referia-se a um ciberataque em 2015 dirigido ao Bundestag e aos seus serviços atribuído ao GRU, o serviço de informação militar russo. Segundo os media alemães, os piratas informáticos também procuravam obter dados pessoais na caixa de mensagens da chanceler.

Segundo Merkel, foi identificado um suspeito pelos investigadores neste caso. “Mantemos sempre o direito de adotar medidas, incluindo contra a Rússia”, ameaçou a chanceler, que se referiu a um ato “escandaloso”.

“É uma estratégia que é aplicada” pela Rússia, incluindo a deformação dos factos”, prosseguiu Merkel. Neste contexto, “decerto que não é fácil” continuar a tentar promover uma melhor relação com Moscovo, acrescentou.

A chanceler também se referiu à morte em Berlim, em 2019, de um georgiano de origem chechena com o envolvimento, segundo diversos media, dos serviços de informações russos.

Esta caso originou uma crise diplomática entre a Alemanha e a Rússia. Dois membros da embaixada russa, acusados pelo Governo alemão de não “cooperarem” no inquérito, foram forçados a deixar o território alemão em 04 de dezembro de 2019.

O presumível autor foi detido logo após a morte, mas, advertiu Merkel: “Ainda tentamos encontrar” eventuais cúmplices.

// Lusa

1 Comment

  1. Alguém surpreendido??

    A Rússia vai sendo construída à imagem do seu Czar: Um país com complexo de inferioridade, que desconfia de tudo e de todos e se tenta fechar em si própria como forma de manter o poder instalado.

    O resto do mundo vai sendo vitima deste tipo de ingerência e vai tratando a coisa com diplomacia. Dão o ralhete à criancinha que se portou mal mas na realidade não fazem coisa nenhuma.

    Falta à Europa, uma liderança forte. Continuamos a falar cada um por si e enquanto isso acontecer, vamos ser ignorados.

    A Europa ficou num limbo intolerável. Ficamos a meio do processo. Ou isto progride para uma espécie de Estados Unidos da Europa (com união monetária, geográfica, fiscal, económica, militar e politica) ou regride para algo meramente comercial. Não fazer nem uma coisa nem outra, poderá ditar o inicio do fim do projeto Europeu.

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