Dias depois de ter posto um ponto final no acordo que limitava a produção de mísseis entre os Estados Unidos e a Rússia, a corrida ao armamento parece ter começado.
Nos próximos dois anos, a Rússia quer desenvolver dois sistemas de mísseis de longo alcance, como resposta ao fim da vigência do tratado que regulava o armamento entre Rússia e Estados Unidos desde a Guerra Fria.
O Governo russo quer iniciar a investigação para criar um sistema de lançamento de mísseis terrestres baseado numa versão já existente de um dispositivo marítimo, conhecido como Kalibr. Além disso, o ministro da Defesa, Serguei Shoigu, revelou que há o objetivo de se desenvolverem também mísseis de longo alcance hipersónicos, com capacidade para atingirem uma velocidade cinco vezes superior à do som.
“Para além disso, é importante aumentar o alcance dos sistemas de mísseis terrestres que estão a ser atualmente desenvolvidos”, disse Shoigu, que quer os novos dispositivos prontos até 2021.
Segundo o Público, o Kremlin afirma que estes planos se tratam de uma resposta “simétrica” à dos Estados Unidos, que estão também a desenvolver uma investigação para a criação de um novo sistema de mísseis.
“Desde 2 de fevereiro que os Estados Unidos suspenderam as suas obrigações ao abrigo do tratado INF [sigla inglesa pela qual é conhecido o Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermédio]”, afirmou Shoigu, citado pela agência RIA Novosti.
Este fim de semana, a Rússia anunciou a sua saída do tratado que impede o fabrico e o teste de mísseis de alcance intermédio, com capacidade de transportarem ogivas nucleares, seguindo o exemplo dos EUA.
O tratado de INF vigorava desde 1987, quando Ronald Reagan e Mikhail Gorbatchov se comprometeram a destruir o seu arsenal e a não fabricar novos mísseis.