Rússia e Irão reforçam laços, mas já foram inimigos históricos

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Evgenia Novozhenina / Pool / EPA

Masoud Pezeshkian, presidente iraniano, assina pacto com o presidente russo Vladimir Putin

A Rússia e o Irão assinaram esta sexta feira um documento que prevê a cooperação militar e económica entre os dois países, já expressa nos últimos anos. Mas os dois países nem sempre foram amigos.

Os presidentes russo e iraniano assinaram hoje em Moscovo um novo acordo de parceria estratégica, que prevê o reforço da “cooperação militar”, no primeiro encontro dos dois líderes desde a queda do regime sírio, que era apoiado por ambos, avança a agência Lusa.

A cooperação estende-se a uma série de áreas diferentes, desde os serviços de segurança a exercícios militares, visitas a portos de navios de guerra e formação conjunta de oficiais.

“Os acordos a que chegámos hoje são mais um estímulo para a criação de um mundo multipolar”, disse o presidente iraniano, Masoud Pezeshkian.

“A guerra não é uma boa solução para resolver os problemas e gostaríamos que as conversações e a paz fossem alcançadas entre a Rússia e a Ucrânia”, afirmou ainda.

“Este tratado cria melhores condições para a cooperação bilateral em todos os domínios”, disse também Putin.

Esta “parceria estratégica”, que a Reuters afirma que durará de 20 anos e deverá preocupar o Ocidente, vem reforçar uma aliança já estabelecida nos últimos anos.

Na verdade, nos primeiros temos de guerra na Ucrânia, o Irão tinha já vendido armas à Rússia, e depressa as duas nações tornaram-se um símbolo de uma “aliança anti-Ocidente”.

As duas potências terão mesmo assinado, em 2022, um pacto que previa a compra de drones Shahed.

Mas, como lembra a AP, a Rússia e o Irão foram já históricos rivais.

Os dois países travaram guerras nos séculos XVIII e XIX, com o Império Russo a conquistar vastos territórios no Cáucaso e na região do Cáspio, antigos territórios persas.

Já mais tarde, no início do século XX, as tropas russas ocuparam grande parte do norte do Irão, e só não foram mais longe por terem sofrido a Revolução Bolchevique de 1917, que acabou com a ocupação.

Na Segunda Guerra Mundial, a União Soviética e a Grã-Bretanha, dos Aliados, invadiram o Irão, com o objetivo de monopolizar os seus campos de petróleo para poderem fornecer a Rússia.

Entretanto, tudo mudou. Moscovo apoiou o Irão quando os EUA se retiraram unilateralmente do acordo internacional que aliviava as sanções contra o Irão durante o primeiro mandato do Presidente Donald Trump.

E, quando a guerra civil na Síria eclodiu, em 2011, os dois países uniram esforços para apoiar o governo de Bashar Assad.

Agora, os tempos da ditadura de Assad são águas passadas, mas os novos tempo que virão para as duas potências do leste prometem trazer dores de cabeça ao Ocidente.

ZAP //

1 Comment

  1. Foram inimigos quando Irão tinha um Rei e tinha uma cultura igual a Europeia, depois veio a URRS e meteram os muculm Xiitas no poder mesmo eles serem menos de 5% da população e desde então é um Satélite comunista.

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