Rússia despenha-se na Lua. Luna-25 “deixou de existir”

Sonda espacial russa tinha planos para alunar esta segunda-feira no misterioso polo sul, mas colidiu com a superfície lunar”. Cai uma missão de vários anos, que seria inédita.

A sonda espacial russa Luna-25 despenhou-se na Lua após a interrupção das comunicações com o engenho no sábado, dia em que as comunicações foram interrompidas e o aparelho “deixou de existir após uma colisão com a superfície lunar”, indicou este domingo a agência espacial russa Roscosmos em comunicado, citando dados preliminares de um inquérito ao incidente.

Luna-Glob (#Luna25) mission ends with a crash into the lunar surface, Roskosmos confirms. The conclusion is made after unsuccessful attempts to communicate with the spacecraft: https://t.co/ELAHwqYs7F pic.twitter.com/i7IPA4QS9p

— Anatoly Zak (@RussianSpaceWeb) August 20, 2023

Com o lançamento da sonda, a primeira a ser lançada pela Rússia para a Lua desde 1976, Moscovo procurava relançar o seu programa espacial, marcar posição na corrida e afirmar-se de novo como uma potência no espaço.

O luna-25 era para alunar na segunda-feira no polo sul, uma região do nosso satélite natural até agora virtualmente inexplorada onde haverá grandes quantidades de água gelada, mas não conseguiu entrar na órbita necessária para pousar na zona pretendida.

Caso a missão russa tivesse sido bem-sucedida, a sonda Luna-25, lançada em 11 de agosto, seria o primeiro engenho espacial a alunar no polo sul, região onde os Estados Unidos querem colocar em dezembro de 2025 a primeira astronauta mulher e o primeiro astronauta negro, ao abrigo do novo programa lunar Artemis.

A missão esteve a ser preparada durante anos, inicialmente em cooperação com a Agência Espacial Europeia, ESA — que cessou a colaboração com a Roscosmos em fevereiro do ano passado, após a invasão da Ucrânia pelas tropas russas.

Corrida ao espaço continua a aquecer

Apenas os Estados Unidos tiveram astronautas na superfície da Lua, entre 1969 e 1972, todos os homens, no âmbito do programa Apollo.

Para novembro do próximo ano está previsto o envio para a órbita da Lua de quatro astronautas — três norte-americanos, incluindo uma mulher e um negro, e pela primeira vez um canadiano.

A atual corrida ao espaço é, no entanto, bastante mais complexa e desafiante do que a que a Rússia disputou no século passado. Além dos desafios que coloca, a disputa tem novos players, com apostas fortes.

Além das potências já estabelecidas, novos atores como a Índia, que acaba de fazer chegar à Lua a sua Chandrayaan-3, têm mostrado interesse na corrida ao espaço.