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A Índia já vê a Lua de perto: vídeo mostra Chandrayaan-3 a entrar na órbita lunar

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A Índia prepara-se para ser a primeira nação a aterrar no misterioso polo sul da Lua: após entrar na órbita lunar este domingo, o Chandrayaan-3 vai alunar em breve.

A Organização Indiana de Pesquisa Espacial (ISRO) foi a protagonista, este fim de semana, de um momento histórico na exploração espacial: a sua nave espacial Chandrayaan-3 entrou com sucesso na órbita lunar.

Após orbitar a Terra cinco a seis vezes num ciclo elíptico durante uma semana, o “veículo lunar” utilizou uma “manobra de fisga” para entrar na órbita translunar, onde foi capturada pela atração gravitacional da Lua, segundo o Interesting Engineering.

A entrada da Chandrayaan-3 na órbita lunar é um grande passo para atingir o seu objetivo principal: uma aterragem suave no polo sul da Lua, o menos explorado, agendada para 23 de Agosto.

A nave indiana está mesmo muito próxima da Lua e partilhou um vídeo do satélite natural da Terra, repleta de crateras.

Lançada a 14 de Julho do centro espacial de Sriharikota, em Andhra Pradesh, a missão foi propulsionada pelo foguete Launch Vehicle Mark 3 (LM-3).

O Chandrayaan-3 — que significa “veículo lunar”, em português — foi construído com um humilde orçamento de cerca de 67 milhões de euros.

Gelado polo sul vai ser explorado pela primeira vez

A tarefa que se segue é complexa e exige uma diminuição gradual na velocidade da nave espacial. A ISRO detalhou a seguinte abordagem em comunicado no X.

“Há medida que a missão progride, uma série de manobras foram planeadas para reduzir gradualmente a posição e órbita da Chandrayaan-3 e posicioná-la sobre os polos lunares”, lê-se.

A primeira destas manobras foi executada este domingo e estão agendadas pelo menos mais duas antes que a nave atinja a altitude de aterragem ideal de 100 quilómetros acima da área de aterragem designada.

O módulo de aterragem e o rover da missão estão equipados com instrumentos científicos de ponta, desenhados para explorar uma das regiões lunares mais misteriosas.

Os cientistas acreditam na presença de um gigantesco reservatório de gelo nas crateras permanentemente sombreadas do polo sul, algumas das quais não recebem luz solar há mil milhões de anos e apresentam temperaturas assustadoras que atingem os -203°C — se tudo correr conforme planeado, a Chandrayaan-3 vai confirmar tais crenças.

O módulo de aterragem, alimentado a energia solar, e o seu rover de seis rodas e 26 quilos terão — após a aterragem — aproximadamente 14 dias terrestres para recolher dados vitais da superfície lunar.

Uma aterragem bem-sucedida não só faria da Índia a primeira nação a aterrar no polo sul da Lua, mas também faria da nação o quarto país no Mundo a conseguir aterrar na Lua, a seguir aos EUA, à antiga União Soviética e à China. Este ano, dois países já falharam as respetivas aterragens no satélite natural — o Japão, cuja aeronave ficou sem combustível, e Israel, que não conseguiu aterrar após, segundo a Al Jazeera, se despenhar contra a superfície lunar.

Tomás Guimarães, ZAP //

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