Arqueólogos noruegueses encontraram aquela que é agora considerada a pedra rúnica mais antiga do mundo. As inscrições nela têm até 2 mil anos e remontam aos primeiros dias da história da escrita rúnica.
As runas são letras características, usadas para escrever nas línguas germânicas da Europa do Norte, sobretudo Escandinávia, ilhas Britânicas e Alemanha, desde o século II ao XI. O alfabeto rúnico germânico primitivo tinha 24 runas e foi substituído pelo alfabeto latino, após o avanço do Cristianismo na Europa Central.
São conhecidas cerca de 6.000 inscrições com caracteres rúnicos nas regiões habitadas por povos germânicos. Por isso, encontrar a pedra rúnica mais antiga de sempre é, nas palavra da arqueóloga Kristel Zilmer, “a coisa mais sensacional que, como académico, alguma vez vi”.
O bloco quadrado de arenito castanho, com 31 por 32 centímetros, tem nele escrito oito runas que dizem “idiberug”. Os peritos não sabem ao certo o que significa, podendo ser o nome de uma mulher, um homem ou uma família.
“O nome inscrito na pedra é da pessoa que está enterrada ali?”, lê-se no comunicado divulgado pelo Museu de História Cultural norueguês.
“O texto possivelmente refere-se a uma mulher chamada Idibera e a inscrição pode significar ‘Para Idibera’. Outras possibilidades são que idiberug é a tradução de um nome como Idibergu/Idiberga, ou talvez o nome de parentesco Idiberung”, explica a professora da Universidade de Oslo.
O Museu de História Cultural de Oslo diz, citado pela Associated Press, que esta pedra rúnica está “entre as inscrições rúnicas mais antigas alguma vez encontradas”.
Runas mais antigas foram encontradas noutros objetos, mas não em pedras. Zilmer detalha que talvez a ponta de uma faca ou uma agulha tenham sido usadas para esculpir as runas.
Esta pedra rúnica já foi descoberta no outono de 2021, perto de Tyrifjord, a cerca de 50 quilómetros da capital. “Precisávamos de tempo para analisar e datar a pedra rúnica”, sublinha Zilmer, para explicar a demora para anunciar a descoberta.
O artefacto ficará exposto durante um mês, a partir de 21 de janeiro, no Museu de História Cultural, em Oslo.