As ruínas de um templo com cerca de 2.700 anos, decorado com figuras e inscrições hieroglíficas, foram descobertas no Sudão.
De acordo com o Live Science, as ruínas remontam a uma época em que um reino chamado Kush governava uma vasta área, incluindo o que é hoje o Sudão, o Egito e partes do Médio Oriente.
Os restos do templo foram encontrados numa cidadela medieval em Old Dongola, uma zona localizada entre a terceira e quarta cataratas do rio Nilo, no Sudão moderno.
Alguns dos blocos de pedra do templo foram decorados com figuras e inscrições hieroglíficas. Uma análise da iconografia sugere que faziam parte de uma estrutura que datava da primeira metade do primeiro milénio a.C..
Segundo os arqueólogos do Centro Polaco de Arqueologia Mediterrânica da Universidade de Varsóvia, a descoberta foi uma surpresa, visto que não tinham encontrado, até à data, vestígios de outras construções datadas de há 2.700 anos em Old Dongola.
Dentro das ruínas, os arqueólogos encontraram fragmentos de inscrições, incluindo uma que menciona que o templo é dedicado a Amun-Ra de Kawa, disse ao Live Science o egiptólogo Dawid Wieczorek, que colabora com a equipa de investigação.
Amun-Ra era um deus adorado em Kush e no Egito, e Kawa é um sítio arqueológico no Sudão que contém um templo.
Julia Budka, professora de arqueologia na Universidade Ludwig Maximilian, em Munique, que realizou um extenso trabalho sobre o Sudão mas não está envolvida neste projeto de investigação, disse à mesma fonte que “é uma descoberta muito importante e coloca várias questões”.
Na sua opinião, será necessária mais investigação para determinar a data exata do templo. Também é preciso perceber se o templo foi construído em Old Dongola ou se as ruínas foram transportadas de Kawa ou de outro local, como Gebel Barkal, um local no Sudão que tem vários templos e pirâmides.
Embora a descoberta seja “muito importante” e “muito excitante”, é “demasiado cedo para dizer algo preciso”, e é necessária mais investigação, sublinhou.
A investigação no Old Dongola está em curso. A equipa é liderada por Artur Obłuski, um arqueólogo do Centro Polaco de Arqueologia Mediterrânica.