Membros da direção de Rio garantem não estar preocupados com possíveis movimentações de bastidores no Congresso de Santa Maria da Feira.
Depois de ter ordenado uma autêntica limpeza nos adversário internos nas listas de deputados — o que terá provocado a revolta desses mesmos adversários —, Rui Rio não é um homem preocupado a uma semana do congresso de Santa Maria da Feira, onde deverá ver a sua reeleição como líder dos sociais-democratas após a vitória nas diretas.
Em declarações ao Diário de Notícias, um dirigente do PSD afirmou que são esperadas movimentações nos bastidores do congresso por parte dos arredados das lista de deputados — que podem formar listas para o próximo Congresso Nacional, de forma a conseguirem pedir contas a Rio perante um mau resultado nas legislativas —, apesar de reconhecer que este não constitui um motivo de preocupação dentro do núcleo duro de Rio. “Se pensássemos só nas complicações estávamos tramados e não se fazia nada“, resumiu. Simultaneamente, este também não será um fator para Rui Rio na constituição das suas próprias listas ao Conselho Nacional.
Tal como lembra a mesma fonte, o Congresso do próximo fim-de-semana será mais uma oportunidade para se perceber qual a postura da oposição interna de Riu após a derrota nas eleições internas, já que, aquando da votação das listas (renovadas em 40%), estas foram aprovadas. Na reunião magna do partido serão votados os órgãos do partido: Conselho Nacional, Comissão Política Nacional, Comissão Permanente Nacional, Conselho de Jurisdição Nacional e Comissão Nacional de Auditoria Financeira.
Com muitas das peças de puzzle por jogar, certa é a presença de Paulo Rangel, adversário derrotado de Rio nas diretas, mas também de Miguel Pinto Luz e Luís Montenegro. O mesmo acontecerá com os líderes das distritais (Cristóvão Norte, de Faro, Pedro Alves, de Viseu e Paulo Leitão, de Coimbra) que foram atirados para segundo plano nas listas e com os apoiantes assumidos de Rangel nas últimas eleições internas (é o caso de Alberto Machado e de Cancela Moura).
Entre os antigos adversários parece existir um clima de concórdia, apesar de Paulo Rangel ter assumido, à saída do Conselho Nacional desta semana, que esperava um “sinal construtivo, no sentido da diversidade, que não existiu“.
Rui Rio, por sua vez, nega ter feito uma “purga” aos apoiantes de Rangel. “Não é correto dizer que em lugares elegíveis estejam só pessoas que me apoiaram, é mentira, é mentira mesmo. É verdade que a lista tem a marca da estratégia que ganhou, não pode ter a da estratégia que perdeu.”
” É verdade que a lista tem a marca da estratégia que ganhou, não pode ter a da estratégia que perdeu.””
Como é normal e natural, quem defender o contrário, está cego pelo poder que não conseguiu