Rui Rio culpa os “habilidosos do costume” pela má interpretação das suas palavras sobre as sanções à Rússia

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José Coelho / Lusa

O presidente do Partido Social Democrata (PSD), Rui Rio

Fontes próximas de Rui Rio acusam os críticos de instrumentalizar as declarações, em linha com o que tem vindo a acontecer durante todo o seu mandato.

As palavras do líder do PSD no passado fim de semana, em Londres, motivaram uma onda de contestação dentro do próprio partido, com muitos a não entenderem a necessidade de Rui Rio ressalvar a importância de criar mecanismos para que a economia europeia resistisse aos efeitos dessas mesmas sanções. Na altura, apontou ser necessário, primeiro, estudar as consequências das medidas mais pesadas e acutelar mecanismos de defesa da economia europeia.

Perante estas palavras, José Eduardo Martins escreveu na sua página que “esta miséria moral não tem nada a ver” consigo. Já Miguel Relvas, ao Observador, pediu a Rio que se retratasse, já que a guerra na Ucrânia não é uma “questão de contabilidade” mas sim de “solidariedade“. “Esta não é uma questão de contabilidade. É uma questão de solidariedade. Repudio firmemente as afirmações de Rui Rio e espero, pela sua dignidade institucional, que se retrate”.

Duarte Marques, antigo deputado, escreveu que começa a “temer consequências políticas e reputacionais para o PSD por este indivíduo continuar a falar em nome do meu partido“.

Confrontados com esta afirmações, fonte próxima do líder do PSD, ouvida pelo Expresso, rejeitou qualquer má interpretação e ressalvando que as “múltiplas declarações foram sempre dentro da mesma linha“. Essa mesma fonte culpa os “habilidosos” que, continuando a agir com “habitual má fé”, ignorarampropositadamente” o texto global da notícia em causa – e cujo título era “Rui Rio: UE deve medir as consequências antes de avançar com mais sanções contra Rússia”.

Esta visão também foi defendida por Hugo Carneiro, secretário-geral-adjunto do partido, que recorreu a imagens da RTP, onde podem ser vistas a totalidade das declarações de Rui Rio. “As declarações são clarinas como a água“, disse ao Expresso.

Nas declarações que o deputado refere, Rui Rio aponta, até, que “nós fomos tímidos nas sanções (…), o prejuízo para a Rússia tem de ser muito, mas mesmo muito, e sabemos que isso também pode acarretar algum prejuízo para nós a nível económico, Mas é um pequeno preço que temos de pagar para a estabilidade.”

Na mesma intervenção, o líder do PSD, que a União Europeia devia definir uma estratégia para reduzir o impacto das medidas impostas à Rússia precisamente na economia europeia.

“Podemos estar a rebentar, se me permite o termo, a destruir bastante a economia russa – e temas de estar preparados porque isso também é pesado para nós. Mas temos de medir exatamente o que é que isso significa. E, se as decidirmos tomar, devemos ao mesmo tempo preparar aquilo que possam ser contra medidas ou o antídoto que possamos arranjar para proteger a economia europeia”.

ZAP //

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