Defesa de Rui Pinto chama Ronaldo, Isabel dos Santos e Luís Filipe Vieira a tribunal

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cv (YouTube)

A defesa do pirata informático defende ainda a invalidação das provas recolhidas nas buscas a sua casa devido a um erro na morada.

Rui Pinto, o pirata informático por detrás do caso Football Leaks, está a enfrentar um segundo processo judicial em que é acusado de 377 crimes, incluindo 202 de acesso ilegítimo qualificado.

A defesa de Rui Pinto apresentou 30 testemunhas em contestação aos pedidos de indemnização cíveis, entre as quais se destacam figuras como Cristiano Ronaldo, Luís Filipe Vieira e Isabel dos Santos. Estes nomes estão diretamente ligados aos escândalos revelados por Pinto, que forneceu documentação comprometedora à imprensa, como a alegação de violação contra Ronaldo e as operações financeiras ilícitas de Isabel dos Santos, expostas no Luanda Leaks.

A defesa critica o Ministério Público (MP) por abrir três processos sobre as mesmas acusações e a mesma tipologia de crimes, o que faz com que o denunciante veja “a sua vida completamente estagnada em termos de possibilidade de realização pessoal, familiar e profissional”, cita o Público.

Os advogados do hacker apontam também para falhas no mandado de busca ao apartamento de Pinto em Budapeste, que teria uma morada incorreta. Isto levou a que as autoridades fizessem as buscas sem um mandado válido, o que só poderia ter acontecido com a autorização de Rui Pinto. Este erro, segundo a defesa, invalida grande parte das provas recolhidas.

Outro ponto fulcral do processo envolve os acessos ilegais aos servidores do Benfica, cujos emails foram posteriormente divulgados pelo FC Porto, alegando-se um esquema de influência política e judicial no futebol português. Pinto nega envolvimento direto na divulgação dos emails e sublinha que não há provas forenses que o liguem aos acessos ilegítimos.

A defesa de Rui Pinto também contesta a validade das provas de acessos ilegais em muitas das entidades mencionadas, argumentando que não há registos forenses suficientes para comprovar os alegados crimes. Pinto já foi condenado em primeira instância a quatro anos de prisão, com pena suspensa, mas a defesa continua a lutar contra as acusações, sublinhando o papel crucial do seu cliente na revelação de escândalos internacionais como o Football Leaks, Luanda Leaks e Malta Files.

O julgamento atual é mais um capítulo numa batalha judicial complexa, onde Rui Pinto é retratado simultaneamente como hacker e denunciante, sendo acusado de crimes graves, mas também reconhecido pelo seu papel importante em investigações nacionais e internacionais.

ZAP //

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