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Rui Pinto está a viver na sede da PJ e a ajudar em casos do futebol (e pode ter dados contra o Benfica)

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Mário Cruz / Lusa

O pirata informático Rui Pinto deixou de estar em prisão preventiva e passou a viver, em prisão domiciliária, nas instalações da nova sede da Polícia Judiciária (PJ). Ele está a colaborar com as autoridades com informações sobre os casos Luanda Leaks e Football Leaks.

A ocupar um T1 na sede da PJ em Lisboa, Rui Pinto não pode ter acesso à Internet, mas pode receber visitas da família, de amigos e da namorada, enquanto é vigiado, em permanência, por um inspector.

As medidas de segurança justificam-se com a necessidade de evitar a fuga do hacker e de garantir a sua segurança quando ele está a colaborar com a PJ em alguns dos casos que denunciou, designadamente o Luanda Leaks, que envolve a empresária Isabel dos Santos, e o Football Leaks que originou diversos processos de investigação em vários países.

O Tribuna Expresso apurou que a PJ “já testou com sucesso as passwords e o material de desencriptação cedidos por Rui Pinto”, mas nota que ainda não teve “acesso a toda a informação contida nos dez discos externos que foram apreendidos” aquando da detenção do hacker na Hungria.

Note-se que o disco rígido com dados que Rui Pinto cedeu foi crucial para as investigações do Luanda Leaks, mas não pode servir de prova. “Foi obtida de forma ilegal e por isso não pode servir de prova. Mas pode servir como informação ou como notícia de crime que terá de ser corroborada por outros meios de prova”, salienta uma fonte judicial ao Tribuna Expresso.

A mesma ideia se pode aplicar a outras informações que Rui Pinto possa ceder, designadamente envolvendo o Benfica. O pirata informático divulgou dados sobre o clube da Luz no blogue Mercado do Benfica e suspeita-se que possa ter mais informações comprometedoras envolvendo as águias, designadamente sobre os processos E-Toupeira e as classificações de árbitros que já originaram investigações judiciais.

Terá sido Rui Pinto a dar o decisivo passo de colaborar com a PJ, depois de, antes, ter recusado revelar as informações constantes nos discos apreendidos. “O arguido inverteu a sua postura, apresentando agora um sentido crítico e uma disponibilidade para colaborar com a Justiça”, aponta a juíza de instrução, Cláudia Pina, na decisão que reverteu a prisão preventiva para prisão domiciliária.

A juíza nota ainda que com as restrições nas fronteiras e aeroportos, devido à pandemia de Covid-19, o risco de fuga de Rui Pinto é “reduzido”.

Rui Pinto está acusado de 90 crimes de acesso ilegítimo e indevido, violação de correspondência, sabotagem informática e tentativa de extorsão.

ZAP //

9 Comments

  1. É a continuação da violação do direito dos cidadãos.
    Esta justiça acha-nos todos estúpuidos.
    Faz passar a notícia que Rui Pinto foi libertado.
    Depois diz que fica em prisão domiciliária.
    Depois diz que tem pulseira eletrónica.
    Por fim diz que afinal mudou para um T1 na sede da PJ com um agente a vigiá-lo 24 horas.
    Agora querem fazer crer que é para o proteger e porque vai colaborar nas investigações.
    Mas isso foi alguma libertação!?
    O Rui Pinto tem domicílio em V.N.Gaia, na casa do pai, onde não correria nenhum risco de vida.
    Isto só pode ser para iludir os mentecaptos adeptos do clube que quer a sua cabeça.

  2. Também vai divulgar os dados do Socrates??? Ou esse não esta na lista da Ana Gomes….pois esse a policia não tem interesse em seguir para a frente…

  3. Este gajo é um perigo. Diz que vai descriptar os conteúdos. E quem sabe se ele está a fazê-lo ou a simular que o faz e apresenta conteúdos decifrados de forma irreal, imaginários e tendentes a obter o seu perdão ? Tenham cuidado com esta jogada. Ainda alguém vai cair nesta esparrela.

  4. Parece que tem dados de uma certa família que reina a mais 40 anos… Vamos ver o que se pode aproveitar do que esta lá.

  5. Pois mais uma vez o Benfica à baila, mas no entanto nunca passa daqui e parece-me ser essa uma das principais causas de todo este imbróglio, interessante é verificar que consideram-no um pirata informático mas por outro lado tentam agora servir-se dessas informações que quanto a mim acabarão por não levar a lado nenhum devido ás pessoas e entidades em causa, só valeu no estrangeiro onde ele foi visto de início como um colaborador e não como um pirata.

  6. Sou Benfiquista mas a verdade acima de tudo.
    Não é apenas neste caso, as provas não serem válidas por obtenção ilícita é vergonhoso e é um atentado à Justiça.

    Sempre que as provas mostrem de forma clara a verdade, se a Justiça não consegue fazer prova e condenar, não está a fazer o seu trabalho, ou melhor, quando decide sabe que está a decidir erradamente.

    Absolve mesmo conhecendo que justo seria condenar.

    As provas obtidas de forma ilícita, foram obtidas pelo Sr Rui Pinto.
    A PJ vai por sua vez obter provas que já sabe, são ilícitas, mas vão servir para investigar.
    Para a PJ investigar são válidas, para a justiça condenar já não.

    Se a justiça funcionasse quem efectuou a recolha de provas ilícitas teria que pagar por essa violação, mas a verdade nunca poderia ser ignorada ou alterada.

    Nestas situações, quando a justiça não condena ignorando provas claras, está a alterar a verdade e absolve com base numa mentira, isto é tudo menos JUSTIÇA.

    Para a verdade não há obstáculos, é ou não é, a justiça cria alguns obstáculos para decidir ignorando a verdade, como este dos meios de prova ilícitos.
    Por outras palavras, verdade ilícita, é uma coisa que não existe.

    Foi assim no FCP , Apito dourado, vai ser assim no Benfica, no SCP, nos casos como Marquês, etc…

  7. Já há tanto tempo que não marravam contra o Benfica…
    Isto deve ser par alegrar as hostes…
    Bem precisamos de alegria e de ânimo… mas não pode valer tudo…
    Será só o Benfica que, eventualmente, tem telhados de vidro?!
    Cadê os outros?!
    Uma coisa é certa: se se abriu um precedente (gravíssimo!) para um (será que ainda há quem se lembre?!), se calhar, numa espécie de justiça salomónica, terá de se utilizar a mesma medida para os outros…
    Perguntam-me: isso é correto?
    Claro que não!
    Mas se se começou mal, agora não há volta a dar…
    Até porque este rapazinho de bem intencionado não tem nada…
    Não colhe o argumento segundo os qual “os meios justificam os fins”… não justificam, não, senhor…
    Há por aí alguma gente que quer transformá-lo num herói, mas ele, se tiver alguma coisa de herói, deve ser herói na pirataria…

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