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RT parece estar a abrandar ligeiramente (mas levará semanas a refletir-se nos hospitais)

Tiago Petinga / Lusa

A ministra da saúde afirmou que o índice de transmissão efetiva de covid-19, também conhecido como RT, demonstra um abrandamento muito ligeiro, mas frisou que demorará algumas semanas a refletir-se na procura dos hospitais.

“Neste momento, o risco de transmissão efetivo da doença (RT) parece estar a abrandar ligeiramente. Está a abrandar muito lentamente e situa-se agora em 1,11”, anunciou Marta Temido, defendendo que este valor deve ser lido com “muita prudência”, porque a variação é “muito pequena” e muito recente.

“Mesmo que o risco de transmissão da doença se suavize, como parece estar a evidenciar-se, vai demorar tempo, semanas, a sentirmos uma diminuição da procura dos hospitais e ainda mais semanas até se sentir uma diminuição da letalidade“, disse.

A região Norte continua a apresentar a maior pressão nos serviços de saúde, com cerca de 61% dos novos casos confirmados nas últimas 24 horas (4.061 pessoas), de acordo com os dados apresentados por Marta Temido, durante a habitual conferência de imprensa para atualizar a informação relativa à pandemia provocada pelo novo coronavírus.

A taxa de incidência a sete dias é agora de 361,1 novos casos por 100.000 habitantes, no país, sendo que a 14 dias a taxa é de 655,2 novos casos.

“Todo o nosso esforço vai no sentido de evitar que mais famílias percam os seus entes queridos”, afirmou a, mostrando-se preocupada com a pressão sobre o sistema de saúde.

Reforço de meios e camas

Marta Temido recordou o reforço de meios humanos e equipamentos feito no decurso da pandemia, referindo que os ventiladores passaram de 1.142 para 1.939 e que as camas em Unidades de Cuidados Intensivos passaram de 423 para 704, com uma capacidade de extensão que ultrapassa as 900.

“Acima de todo este esforço estão profissionais de saúde aos quais devemos a nossa admiração, o nosso respeito e sobretudo o nosso dever de cumprimento das regras básicas para prevenir que entrem em sobre-esforço na resposta que procuram dar todos os dias”.

Marta Temido reiterou que seria “irresponsável” abrandar o esforço de contenção do vírus e disse compreender “a angústia” de quem vai ter de “abrandar a atividade económica”, pelo que reiterou o apelo aos cidadãos para cumprirem escrupulosamente as medidas estabelecidas pelo Governo, nomeadamente “o dever cívico de recolhimento”.

Portugal atingiu esta sexta-feira um novo máximo de casos diários de covid-19 ao contabilizar mais 6.653 nas últimas 24 horas e registou 69 óbitos, segundo o boletim da DGS. Desde o início da pandemia registara-se 204.664 casos positivos e 3.250 óbitos.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.294.539 mortos em mais de 52,7 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência AFP.

ZAP //

 

 

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