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Roma recruta “exército” de joaninhas para salvar os seus pinheiros-mansos

Um parasita mortal está a devorar os pinheiros-mansos de Itália. Agora, os moradores locais implantaram um “exército” de joaninhas para defender as árvores da cidade. 

Depois de chegar a Nápoles em 2015 vindo da América, o pequeno inseto Toumeyella parvicornis causou estragos nas árvores ao longo da costa italiana, sugando-lhes a seiva até morrerem.

Enquanto marcha para o norte do país, a praga encontrou ricas colheitas em Roma, onde as árvores plantadas por Mussolini para evocar o passado imperial da cidade surgem entre as ruínas e alinham-se nas antigas estradas consulares romanas.

Com até 80% dos milhares de pinheiros da capital infestados, seis associações de bairro convocaram o inimigo natural do inseto para contra-atacar, de acordo com o jornal britânico The Times.

“As joaninhas podem fazer a diferença, e é natureza versus natureza”, disse o funcionário ambiental local Rino Fabiano. “Os pinheiros de Roma estão a envelhecer e estão já em perigo por causa das obras rodoviárias e da colocação de cabos que destroem as suas raízes, por isso a chegada do inseto gerou uma emergência real”.

A ideia de usar joaninhas de pinheiro, que são pretas com manchas vermelhas, veio de Massimo Proietti Rocchi, de 65 anos, um especialista em software reformado, que estava farto de ver pinheiros a morrer no seu parque local, Villa Leopardi. “É uma técnica usada na Califórnia desde 1890 para proteger as árvores frutíferas e tivemos ótimos resultados”, explicou.

Para evitar que as joaninhas voassem, os funcionários da cidade usaram guindastes para instalar no alto dos pinheiros pequenas caixas de madeira onde os insetos gostam de se reproduzir e usar como esconderijos para evitar serem comidos pelos pássaros.

“Se conseguir incentivá-las a ficar no inverno e procriar, cada casal terá 150 filhos”, disse Proietti Rocchi.

Autoridades municipais e regionais também estão a tentar produtos químicos que podem ser injetados nos troncos dos pinheiros para deter o vírus e estão a ter alguns resultados promissores.

No cemitério protestante da cidade, onde os poetas John Keats e Percy Bysshe Shelley estão enterrados, a infestação foi interrompida quando os administradores gastaram cerca de 100 euros por árvore nas injeções.

No entanto, Proietti Rocchi disse que as joaninhas são muito mais baratas. “O tipo que estamos a comprar custa 1,10 euros cada. O preço subiu de 80 cêntimos devido à demanda recente, mas só precisamos de 15 cêntimos para salvar uma árvore, por isso são muito esconómicas”, rematou.

Maria Campos, ZAP //

 

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