Após ter sido acusado pela Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) de “prejudicar o direito dos telespetadores de serem informados”, José Rodrigues dos Santos defendeu-se e desabafou sobre “a ERC e a democracia em Portugal”.
A ERC comunicou, na sexta-feira, que a entrevista na RTP à candidata do PS às europeias Marta Temido, em junho passado, se “afastou do registo de factualidade” e foi suscetível de “prejudicar o direito dos telespetadores de serem informados”.
A ERC apontou várias falhas à forma como o jornalista José Rodrigues dos Santos conduziu a entrevista, que terminou num tom azedo após chegar ao tema da “subsidiodependência” de Portugal relativamente aos fundos europeus.
Feita uma análise, decorrente de três queixas, o Conselho Regulador deliberou que que, “na entrevista analisada, não foi conferido espaço à entrevistada para expor os seus pontos de vista”.
Além disso, o regulador notou que “a entrevista, pela forma como foi conduzida, afastou-se do registo de factualidade e das regras de condução da entrevista jornalística”, constatando “que a forma como decorreu a entrevista é suscetível de prejudicar o direito dos telespetadores de serem informados, conforme garante a Constituição da República Portuguesa, no n.º 1 do seu artigo 37.º”, de acordo com a deliberação.
Mas José Rodrigues dos Santos não tardou em responder. Num artigo publicado este domingo no Observador, o jornalista da RTP desconstruiu os argumentos da ERC usados contra o exercício da sua profissão, naquela entrevista.
Como explica José Rodrigues dos Santos, as críticas da ERC assentaram em três pontos da sua deliberação: o 42, o 44 e o 45.
No ponto 42, a ERC argumenta que a entrevista em causa “é suscetível de prejudicar o direito de os telespectadores serem informados, conforme garante a Constituição”. Desde logo, Rodrigues dos Santos ironiza, dizendo que desconhece que a Constituição mencione os “direitos dos telespectadores”.
“Este argumento é um atentado ao jornalismo e à liberdade. Na entrevista em causa, o direito dos telespectadores a serem informados nunca foi prejudicado. Os repiques que fiz nessa entrevista existiram justamente para garantir esse direito”, justificou o jornalista.
Sobre o ponto 44, a Entidade Reguladora para a Comunicação Social acusou o jornalista de tecer “comentários laterais a afirmações da entrevistada que se situam no plano da opinião e não no da factualidade“.
Nesta parte terá havido um mal entendido. Quando num certo ponto da entrevista Marta Temido, disse que “alguns países têm até situações de tal modo graves que, neste momento, equacionar esta questão levanta uma série de outras questões”, a ERC afirma que Rodrigues dos Santos deu uma opinião ao dizer “por acaso, não creio”. Mas, na realidade, não foram essas as palavras do jornalista.
“Fiquei muito espantado com esta citação, porquanto não proferi a declaração que a ERC me atribui. (…) Eu de facto disse algo, mas, ao contrário do que pretende a ERC, não foi ‘por acaso, não creio’. O que eu disse foi: ‘o caso da Ucrânia’“, esclareceu Rodrigues dos Santos.
“Que a ERC me atribua, como base para me criticar, declarações que jamais proferi afigura-se-me absolutamente surreal“, considerou.
Quanto ao ponto 45, a ERC considerou que a frase “os dados que vi, vi” do jornalista, dita na entrevista, se tratou de uma opinião. Mas Rodrigues dos Santos esclarece que aquilo não foi uma opinião, mas sim um facto.
“Lamento, não é uma opinião. É um facto. Eu de facto vi dados que mostram que Portugal foi ultrapassado por vários países no PIB per capita por paridade do poder de compra. Que eu vi isso não é uma opinião, é matéria de facto”, aponta.
“Se se chamar paz à guerra, abundância à fome ou opinião a um facto, então a Rússia está em paz, as pessoas que não comem vivem em abundância e dizer que eu vi uma coisa é uma opinião condenável”, acrescentou, num tom irónico.
Rodrigues dos Santos considera que a ERC fez uma “subversão da linguagem para atingir objetivos específicos, e gravemente antidemocráticos“, atacando o “direito dos jornalistas de fazerem as perguntas que, em liberdade, consideram editorialmente adequadas e procurarem estabelecer factos verdadeiros”.
“À luz do ponto 45, os jornalistas em Portugal deixam de poder enunciar factos porque se acaso tais factos desagradarem à ERC esta terá o cuidado de os metamorfosear em opiniões para assim ganhar margem para censurar os jornalistas portugueses (…) E se os jornalistas em Portugal já não podem estabelecer um facto, o de que viram uma coisa, quais os factos que segundo a ERC podem transmitir ao público?”, questiona o jornalista de 60 anos.
Muito bem, José Rodrigues dos Santos!
Este cabeça achatada é o pior jornalista e escritor deste país
Muito bem JRS. Ela que estivesse melhor preparada e a julgar que bastava uns sorrisinhos.
É o que temos na politica portuguesa. Vai acompanhada do seu guru Costa!
Estão bem uns para os outros. Quanto maior a incompetência maior é a promoção…
Rodrigues dos Santos, conhecido por colocar as suas preferências ideológicas e o estilo-bullying pseudo-jornalístico à frente da informação séria, diz que não sabe onde é que a Constituição refere os “direitos do telespectador”. É muito simples, José: os telespectadores são cidadãos e é aí que você põe em causa o direito à informação isenta e livre. A liberdade de que fala a Constituição não é para a estrela televisiva, é para os cidadãos, percebe ?
Efectivamente a ERC tem razão, só foi pena que tivesse demorado tanto tempo a responder ao que se passou.
Qualquer cidadão do nosso País, que assista a uma entrevista política com este jornalista, vê com facilidade se o entrevistado é de direita ou de esquerda!
Para os da direita, há um corredor aberto, parece uma autoestrada;
Para os da esquerda, é mais um debate político, que uma entrevista!!!
Ele nem sequer lhe deu a palavra.
Ele é um péssimo ‘jornalista ‘ que pensa que tem a sabedoria em seu poder assim só querendo ouvir a sua própria voz
Elucidativa resposta. Obviamente que não vai ter resposta, nem tem como. Caladinhos que nem uns ratos… do Largo…..
Nao se podem ofender esta malta séria do ps temos de ter cuidado,
assustador, o ‘estado’ não tem que se meter em NADA no que toca à liberdade de expressão e quem não deve, não teme
Lição a retirar
Quem se mete com o PS, leva!
E dizem que vivemos em democracia… Sem futuro. Mas como isso é lá mais para a frente, que se f…!
Uma Entrevista Televisiva , seja a quem for , deve ser conduzida com perguntas pertinentes e contextualizadas , os argumentos e a avaliação das respostas dadas do Entrevistado(a) , devem ser deixadas ao critério exclusivo dos Telespectadores . JRS , tem essa pomposa mania de questionar e julgar segundo os seus proprios valores . Ou escolhe ser Jornalista e Escritor ou Vá para a Politiquice ! …..Quanto a Dra. Marta Temido , nunca a apreciei positivamente , nos cargos que ocupou e ocupa ; é a minha opinião de Cidadão comum .
Se a entrevistada não fosse do PS estaria tudo bem… Quem se mete com eles está tramado. É um polvo!
Zé, você diz isso, porque ele não é um yes man.
Ainda não houve purga do Montenegro na ERC pelos vistos.
É de reparar que esta posição e atitude de entrevistador só aparece quando está a entrevistar pessoas do género feminino. Vir defender-se publicamente das deliberações da ECR num entrevista a um meio de comunicação não muito fidedigno e num tom irónico, mostra o quanto o Sr. Jornalista se preocupa com a sua forma de entrevistar. Sempre achei o Sr.José Rodrigues dos Santos tendencioso, retrógrado e agora parece-me que misógino.
Lamento profundamente que assim seja, mas cá está a opinião pública e as entidades reguladoras para avaliar isso.