Rita Júdice arrasa Lucília Gago

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José Sena Goulão / Lusa

A procuradora-geral da República, Lucília Gago

Rita Júdice aponta para uma nova era no Ministério Público, com a saída de Lucília Gago. A ministra da Justiça considera que quem vier a assumir a liderança da Procuradoria-Geral da República (PGR), em outubro, terá te repor a “ordem na casa” e saber adaptar-se aos “tempos modernos”.

Numa entrevista ao Observador, publicada esta quinta-feira, a ministra da Justiça Rita Júdice lançou farpas à ainda Procuradora-Geral da República Lucília Gago.

Lucília Gago termina o mandato em outubro – e já se sabe que não vai continuar.

Rita Júdice disse que o novo Procurador terá de voltar a “pôr ordem na casa”. Para que isso seja possível e independentemente de quem seja, a ministra pede-lhe mais capacidade de comunicação e aconselha-o a não ficar fechado nos gabinetes.

Rita Júdice responsabilizou Lucília Gago por uma “certa descredibilização” de que o Ministério Público é alvo desde o início do seu mandato (2018).

“Todos concordamos que é preciso que algo mude no Ministério Público, no sentido da credibilização, porque está muito vulnerável a algumas críticas. Justas ou injustas a verdade é que o Ministério Público está exposto a muitas críticas e alguém terá de pôr ordem na casa“, considerou.

A governante acusou a Procuradora de falta de capacidade de liderança e disse que os tempos modernos já não se compatibilizam com a forma de estar de Lucília Gago (que não dá entrevistas).

“Precisamos de uma pessoa que tenha uma boa capacidade de liderança e de comunicação porque os tempos modernos já não se compatibilizam com a ideia de que podemos estar dentro dos nossos gabinetes e não falarmos, não comunicarmos e não explicarmos aos cidadãos nas sedes próprias. Essa capacidade de comunicação é exigível a uma nova procuradora. Precisamos de alguém que possa vir a marcar uma nova era para o Ministério Público“, disse.

Lucília Gago foi indicada por António Costa e nomeada por Marcelo Rebelo de Sousa para o cargo de Procuradora-Geral da República em outubro 2018.

A magistrada tem sido alvo de muitas críticas sobre a forma como, em novembro do ano passado, despoletou a Operação Influencer – que ditou, precisamente, a queda de António Costa como primeiro-ministro. Recentemente, a PGR também tem sido atacada devido às divulgação de escutas telefónicas do antigo primeiro-ministro, que deveriam ter sido protegidas pela justiça.

Em declarações à Antena 1, o presidente do Sindicato dos magistrados do Ministério Público atesta as palavras de Rita Júdice, sobre a falta de comunicação de Lucília Gago, e acusa a Procuradora de não defender o MP, quando este é alvo de críticas.

Paulo Lona diz que é necessário comunicar mais e melhor com a sociedade: “Entendemos que quando são feitas comparações entre o MP e a PIDE, que são absolutamente desadequadas, era importante que a própria procuradora também tomasse uma posição”.

Na semana passada, Rui Rio saiu em defesa de António Costa, criticando a forma de atuação do MP, na Operação Influencer. O antigo líder do PSD considerou que a não destruição de escutas sem matéria criminal faz “lembrar os tempos da PIDE”.

No dia seguinte, Rita Júdice admitiu estar incomodada com as fugas de informação: “Nós não queremos que existam utilizações indevidas dos dados das pessoas. Tem de haver salvaguarda dos direitos das liberdades e garantias a todos os níveis. Parece-nos importante que haja esta reflexão sobre o recurso aos meios ocultos de investigação: escutas e afins”, disse, em declarações à Antena 1.

Miguel Esteves, ZAP //

4 Comments

  1. Em outubro, a Sô Dra já vai tarde!
    Devia levantar a ancora quanto antes, pois até ela chegar ao cargo nunca a justiça andou tão rasinha.
    E quando nos lembramos que foi o PS, juntamente com o selfista Marcello, a colocá-la no lugar, depois de correr com a anterior PGR no cargo – essa sim, uma pessoa capaz, ponderada e sem medo dos poderes instalados – então é o cúmulo da ironia!
    Resta saber com que critérios estes artistas vão escolher o novo titular e entregar-lhe o cargo.
    Talvez recorram à sapiência profunda e iluminada de psicólogos expertos que com uns quantos testes psicotécnicos, elaborados em cima do joelho, certamente acertam na mouche…!

  2. O melhor é ir para lá o Pintainho Monteiro, que nunca passou de um pau mandado do Sócrates. A Joana Vidal não porque ela mandou prender o 44 e ficou logo marcada para sempre

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