Com os antigos adversários na sua aba, Rio prefere focar-se no futuro e em medidas. “Dizer mal dos outros não é programa para nada”

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ppdpsd / Flickr

O presidente do PSD, Rui Rio, em campanha eleitoral em Braga

O presidente do PSD, Rui Rio, em campanha eleitoral em Braga

Líder do PSD mostra-se confiante que o partido vai ganhar as eleições legislativas, mas recusa um cenário de maioria absoluta, dizendo que estas são “muito difíceis”.

O Rui Rio que se apresentou este domingo em campanha eleitoral é um político ciente de que os ventos parecem soprar a seu favor. As sondagens dizem-no, as ruas repetem-no e o seu feeling reforça-o. Depois de Luís Montenegro, foi a vez de Paulo Rangel se juntar ao antigo adversário para reafirmar a ideia de que os socialistas estão cansados e que até já desistiram. O eurodeputado reciclou mesmo um argumento utilizado na campanha das diretas, onde destacava o facto de os ciclos governativos dos socialistas (com Sócrates e Guterres) terem sido de seis anos, um prazo que António Costa está também a esgotar.

“Neste momento, quem olha para a campanha percebe que o PS está esgotado, António Costa está exausto, ao fim de seis anos não tem soluções para o país, a única que faz é atacar o PSD e o dr. Rui Rio, falar sobre o passado longínquo“, disse Rangel aos jornalistas no momento da sua chegada — e citado pelo jornal Público. Apesar das divergências que os dois têm, este discurso não podia estar mais em linha com o que Rui Rio iria fazer de seguida.

“Não devemos estar sempre a falar do passado, temos de ter algum pudor, não me vê a mim estar permanentemente a criticar aquilo que o engenheiro Sócrates fez. O dr. António Costa não tem argumentos. É preciso ter lata”. Rio continuou, defendendo que esta opção sua não é por falta de argumentos ou por não discordar das escolhas feitas por António Costa durante a pandemia. “Não tenho andado aqui a apontar o dedo ao que o Governo fez na gestão da pandemia, porque fizeram coisas bem e fizeram coisas bem e fizeram coisas mal. Fizeram pior do que era necessário”, continuou, citado pela mesma fonte.

A tática manteve-se ao longo de todo o dia, mesmo quando era espicaçado pelos jornalistas. “Dizer mal dos outros não é programa para nada. O que é programa é apresentar as ideias e depois, acima de tudo, ter coragem para as implementar e não recuar perante as dificuldades”. Uma referência ao espírito reformista que Rui Rio entende que está ausente no PS: “à mínima dificuldade recua e ajeita a coisa mais ou menos e segue em frente”. Este foi dois poucos desvios que o líder dos sociais-democratas fez da estratégia de campanha positiva, em oposição ao que chama de “campanha negativa” do PS.

Para os que não estão satisfeitos com o rumo dos últimos anos, Rio sugere um caminho fácil — com a roupagem de voto útil. “Todos os que não querem António Costa como primeiro-ministro têm de votar PSD, se não o fizerem correm o risco de continuar com o mesmo Governo no dia seguinte.”

Apesar dos sinais positivos, Rio rejeita que no horizonte possa estar uma maioria absoluta. “Não é por a campanha estar a correr bem que vai haver uma maioria absoluta. As maiorias absolutas são muito difíceis“, vaticinou.

ZAP //

2 Comments

  1. O VIAJANTE VIAJA POUCO E NÃO VÊ QUE O PAÍS ESTÁ ESTAGNADO!
    O Passos Coelho governou com as imposições da TROIKA, chamada pelo PS, aliás, foi sempres assim.
    É claro que é preciso apoiar as empresas para que a economia cresça, podendo, assim, pagar melhores salários, principalmente os salários médios.
    Os licenciados altamente qualificados continuam a emigrar com o Costa. Porque será?
    Espero bem que os portugueses acordem e rejeitem o Dr. António Costa. Será a oportunidade do País proceder às reformas necessárias, fortalecer a economia e poder aumentar todos os salários.

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