Rui Rio pode acumular as funções de líder do partido e líder parlamentar. O objetivo passa por evitar divisões na bancada e esvaziar a oposição de Luís Montenegro.
Rio parece já ter uma estratégia delimitada para travar a oposição de Luís Montenegro na oposição à liderança do Partido Social Democrata. Segundo apurou o Observador, Rui Rio poderá acumular as funções de líder partidário e líder parlamentar, de forma a evitar divisões na bancada social democrata e esvaziar o seu principal rival, Luís Montenegro.
O cargo de líder parlamentar seria apenas ocupado até ser reeleito em direta. Só aí, promoveria eleições na bancada para escolher um novo líder. Desta forma, Rio ocuparia a posição principal na oposição ao primeiro-ministro António Costa, anulando essa que é a principal arma de Montenegro.
No posto de líder parlamentar, Rui Rio conseguiria evitar divisões entre os apoiantes, com as preferências para líder da bancada a dividirem-se entre Pedro Rodrigues, André Coelho Lima e Adão Silva. Ainda assim, a ideia de Rio parece não agradar a alguns sociais democratas.
“Que imagem é que passaria para fora? A imagem de que não há quadros numa bancada que ele próprio escolheu?”, confidenciou uma fonte partidária ao Observador.
Com cerca de dois terços da bancada do seu lado, Rui Rio deverá conseguir apaziguar os ânimos. Além disso, ninguém deverá impor-se a ele, já que saberiam que não teriam grandes hipóteses de competir com o líder do PSD.
Rui Rio mantém o silêncio sobre uma recandidatura a líder do PSD, o que está a ser visto como um condicionamento do partido, tendo também nas suas mãos o calendário interno. O conselho nacional para analisar os resultados eleitorais poderá ser apenas em novembro.
Rui Rio “não é um desistente”
O vice-presidente do PSD David Justino afirmou esta quarta-feira na TSF que o líder do partido, Rui Rio, “não é um desistente”, e disse acreditar que a sua decisão possa ser tornada pública em breve.
No programa da TSF “Almoços Grátis”, David Justino disse esperar que essa decisão seja no sentido da continuidade de Rui Rio à frente do PSD, mas acrescentou não querer entrar “no domínio privado de alguém que só está na política porque quer ser útil e não precisa dos cargos políticos para sobreviver”.
“Daquilo que conheço há muitos anos do dr. Rui Rio, não é um desistente, não é pessoa que à primeira dificuldade encosta ao lado”, afirmou.
“Aguardamos com a maior das calmas que, aquilo que é a decisão pessoal do dr. Rui Rio, se possa tornar pública. Espero que não vá demorar muito mais tempo, hoje irá ouvir a Comissão Política Nacional, como é de bom tom que o faça, e a seguir com certeza irá tomar a sua posição, se é que já não a tem tomada, mas se a tem é pessoal e fica no seu foro íntimo”, assinalou.
David Justino defendeu que o PSD deve respeitar calendários e mandatos, frisando que, segundo os estatutos, o próximo Congresso deverá realizar-se em fevereiro, antecedido de eleições diretas para a escolha do presidente em janeiro.
“Não vamos adiar nem vamos antecipar, vamos respeitar os prazos que estão definidos e julgo que posição do dr. Rui Rio vai nesse sentido”, disse, criticando aqueles que pediram a demissão do líder na sequência dos resultados das legislativas.
O vice-presidente do PSD defende que, perante o resultado nas legislativas “e a forma como foi obtido”, “não há razões objetivas para alterar estratégia que o PSD tem vindo a seguir”, dizendo esperar que Rio esta disponível para continuar a liderar essa estratégia.
A Comissão Política Nacional do PSD está reunida para analisar os resultados eleitorais, mas fonte oficial do partido disse na terça-feira à Lusa que Rui Rio não falará ainda hoje publicamente sobre o seu futuro político e continua “em ponderação” quanto à sua continuidade e eventual recandidatura.
Na noite eleitoral de 6 de outubro, Rui Rio assumiu que o PSD não alcançou o principal objetivo – vencer as eleições – mas defendeu que não se tratou de “uma grande derrota”, e não quis esclarecer se se manterá à frente do PSD, dizendo que seria uma decisão tomada “com serenidade e ponderação”.
Na passada quarta-feira, o antigo líder parlamentar Luís Montenegro já anunciou que será candidato à presidência do PSD nas próximas diretas, sendo, até agora, o único candidato assumido ao cargo.
ZAP // Lusa
E não é preciso muito para abafar o Monte-de-coco-negro!!
Alguns pensam que um partido político é um clube de futebol. É preciso tempo para implementar novas ideias e amadurecer a aceitação. E nem é o meu partido.