Ricardo Araújo Pereira está a “borrifar-se para quem ganha as eleições”

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O penalty inventado: seria irrealista o comentador pedir que não haja “adeptos de futebol” nos debates sobre os debates?

Nos primeiros dias, os debates na televisão, para as eleições legislativas do dia 10 de Março, estiveram inclinados para a direita, segundo João Miguel Tavares.

O comentador, que se apresenta como um indeciso, apresentou os dois debates mais importantes até sexta-feira passada: Luís Montenegro com Mariana Mortágua e Pedro Nuno Santos com Rui Rocha.

Ganharam os candidatos de direita, “foram mais convincentes”. E ser mais convincente, explicou, “não é necessariamente convencer em votar no seu partido, mas é pensar: ele é da minha área ideológica e esteve melhor do que eu esperava” – falando sobre Montenegro e Rocha.

Ainda na direita, o analista criticou André Ventura, o líder do Chega que “olha para onde precisa de ganhar votos e diz o que for preciso em qualquer momento“.

Mais à esquerda, apontou uma “frase infeliz” de Pedro Nuno Santos, no debate com Rui Rocha: “O que é que não funciona?”, perguntou o secretário-geral do PS. É só olhar em volta e perceber o que não funciona, defendeu.

João Miguel também abordou o caso da avó de Mariana Mortágua. Para o comentador, a coordenadora do BE – que se “calou que nem o túmulo” sobre o assunto a certa altura – teve um problema: a lei protegeu as pessoas com mais de 65 anos e com rendimentos mais baixos. Por isso, “é mentira que os velhos pobrezinhos tenham sido corridos de suas casas. O que quis dizer, e que é verdade, é que essas pessoas mais velhas receberam cartas assustadoras dos senhorios”.

No mesmo programa da SIC Notícias, Pedro Mexia alertou para o “sinal péssimo” de Montenegro, quando (num primeiro momento) recusou debater com líderes de PCP e Livre. “É um sinal de desprezo, a dizer que com estes não vale a pena. Não percebo que se minorize os debates. Geralmente há castigos imediatos na opinião pública quem falta aos debates. E nas últimas semanas as coisas para a AD estão a correr mais mal do que bem“, avisou.

Já Ricardo Araújo Pereira, que não vê capacidade retórica acima da média em nenhum candidato em Portugal (há muito tempo), focou-se nos debates sobre os debates, que se prolongam quer antes da conversa entre os candidatos, quer depois.

“Há casos em que as notas premeiam nada, premeiam um artifício que até se pode basear numa mentira, mas aparentemente ficou por cima. É como um penalty inventado no futebol – mas os comentadores imparciais admitem que se ganhou um jogo com um penalty inventado”.

Espero que as pessoas estejam em estúdio a dar notas aos debates não sejam adeptos de um partido político”, pediu Ricardo, ouvindo respostas imediatas: “Ui… Metade dos painéis vão à vida…”, reagiu João Miguel Tavares, enquanto Pedro Mexia disse: “Assim fica difícil”.

Ricardo Araújo Pereira fechou o assunto com esta frase: “Tenho muita facilidade em fazer isso (ser imparcial) porque me estou sinceramente borrifando para quem ganha as eleições“.

ZAP //

6 Comments

  1. Se não podem ganhar os seus amigos comunistas e apoiantes de Putin o resto não interessa muito. Aliás o PCP está cada vez mais perto das extinção política. Já Ricardo o novo rico também se vai afastando cada vez mais do PCP

  2. Em Espanha, França e Itália já não há partido comunista há muito. O comunismo já não existe, O PCP está à espera de morrer a sua velhada para fechar as portas. Por enquanto ainda vai respirando, face aos amigos ditadores, da Venezuela, Cuba, Rússia e Coreia do Norte.

  3. Mas enfim , irá de certeza dar un passeio a secção de Voto , como Eu , nem que seja para ver o meu Nome riscado das listas . Quanto ao resto estou-me também a borrifar-me , para o futuro Eleito , mudam-se as moscas mas fica sempre a trampa !

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