Reviravolta de última hora deixa México a salvo das tarifas de Trump (por agora)

Isaac Esquivel / EPA

Claudia Sheinbaum em conferência de imprensa esta segunda feira

As tarifas vão ser suspensas durante 1 mês, num momento em que as preocupações dos EUA crescem em relação à droga trazida por cartéis mexicanos para o país.

“Tivemos uma boa conversa com o Presidente Trump a respeito da nossa relação e de soberania. Chegámos a uma série de acordos: o México reforçará a fronteira norte com 10 mil elementos da Guarda Nacional de forma imediata, para evitar o tráfico de drogas do México aos EUA, em especial de fentanil”, escreveu a presidente do México, Claudia Sheinbaum, no X.

O acordo vai durar um mês. A premissa é simples: Trump suspende as tarifas e Sheinbaum regula a entrada de drogas nos EUA, trazida por cartéis mexicanos até à fronteira. O México vai, portanto, enviar 10 mil militares para a fronteira para regular este crime. O acordo vai durar um mês.

Este fim de semana, os EUA aplicaram tarifas de 25% sobre os produtos canadianos mexicanos, e 10% sobre os chineses. A presidente mexicana prometera retaliar com novas tarifas sobre os EUA, mas jogou pelo seguro e tentou a via da negociação.

“Rejeitamos categoricamente a calúnia da Casa Branca de que o Governo mexicano tem alianças com organizações criminosas, bem como qualquer intenção de interferir no nosso território”, escrevera ainda a chefe de Estado no X este domingo, respondendo à questão das drogas.

Mas, agora, Sheinbaum disse aos jornalistas que entrou em contacto com o presidente dos EUA na sexta-feira, mas que só foi possível falarem esta manhã — uma chamada de aproximadamente 45 minutos, segundo apurou o The Washington Post.

Os Estados Unidos e o México são os maiores parceiros comerciais um do outro, e o México é particularmente dependente das receitas do comércio transfronteiriço. Mais de 80% das suas exportações destinam-se aos Estados Unidos.

É, portanto, fácil de perceber a vantagem que o México tem com o acordo. Caso as tarifas venham a aplicar-se, o país fica à beira de uma recessão económica.

Para muito melhor não caminhariam os EUA, que também deverão sofrer impactos com a guerra comercial aberta pelo novo presidente.

ZAP //

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