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Revelados segredos da invasão da malária

Como é que os parasitas da malária invadem os glóbulos vermelhos? A microscopia de vídeo de última geração permitiu à equipa do WEHI, na Austrália, ver estes detalhes moleculares essenciais para tratar a doença.

Kelly Rogers, diretora do Centro de Imagens Dinâmicas do WEHI, na Austrália, explicou que muitos dos sintomas graves da malária ocorrem por causa da invasão e crescimento do parasita Plasmodium nos glóbulos vermelhos.

Partindo deste pressuposto, entender como o parasita invade as células vermelhas do sangue pode revelar novas formas de interromper o seu ciclo de vida.

“Usamos a microscopia – especificamente uma abordagem de última geração, a microscopia lattice light sheet (LLSM) – para acompanhar as mudanças celulares e moleculares que ocorrem quando o parasita da malária invade os glóbulos vermelhos”, explicou a investigadora, citada pelo EurekAlert.

Quando pousou na célula, o parasita fez movimentos de “empurrar e puxar” até entrar numa câmara fechada – chamada vacúolo – no interior do glóbulo vermelho, onde cresceu e se multiplicou.

Até agora, os cientistas não sabiam se o vacúolo era derivado do parasita ou da célula hospedeira. “A nossa pesquisa resolveu essa questão, revelando que foi criado a partir da membrana dos glóbulos vermelhos“, disse Rogers.

O nosso estudo pode contribuir de várias maneiras para o desenvolvimento de novos tratamentos. Por exemplo, agora que sabemos que o vacúolo do parasita depende de componentes da membrana dos glóbulos vermelhos, pode ser possível direcionar esses componentes com medicamentos para interromper o ciclo de vida do parasita”, detalhou.

“Esta abordagem dirigida ao hospedeiro pode ser uma forma de contornar a propensão do parasita da malária de desenvolver rapidamente resistência aos medicamentos”, rematou. O artigo científico com os resultados foi publicado a 15 de junho na Nature Communications.

A malária é uma doença transmitida por mosquitos que mata, todos os anos, cerca de 400 mil pessoas em todo o mundo.

Liliana Malainho, ZAP //

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