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Fóssil em museu era nova espécie de predador marinho pré-histórico

(dr) Fabio Manucci

O “monstro de Melksham” ou

O “monstro de Melksham”, uma nova espécie de réptil pré-histórico, lança luzes sobre as origens dos parentes distantes dos crocodilos modernos.

Paleontólogos da Universidade de Edimburgo, na Escócia, identificaram uma nova espécie de réptil pré-histórico. A descoberta foi possível através da análise de fóssil que se encontrava no Museu de História Natural de Londres desde 1875.

O réptil, que habitou o nosso planeta há 163 milhões de anos, foi batizado de Ieldraan melkshamensis e apelidado de “Monstro de Melksham” em homenagem à cidade onde foi encontrado.

O animal tinha cerca de três metros de comprimento e vivia em mares quentes e pouco profundos, onde atualmente está localizado o território europeu. Tinha grandes mandíbulas e dentes cruzados, fazendo com que os cientistas concluíssem que o monstro caçava calamares pré-históricos.

“O espécime estava completamente encerrado num nódulo de rocha super dura com veias de calcite que atravessavam e que se formaram em torno dele durante o processo de fossilização. O trabalho demorou muitas horas, dentro de um período de semanas, e foi preciso ter grande cuidado para evitar danificar o crânio e os dentes quando ficaram expostos”, explica Mark Graham, preparador paleontológico-sénior do museu.

Até agora, os investigadores pensavam que a subfamília dos Geosaurini – grupo extinto de crocodilos pré-históricos a que pertence este animal – se tinham originado no período Jurássico Superior, entre 152 a 157 milhões de anos atrás. Agora, esta descoberta mostra que teriam começado a evoluir milhões de anos antes, no Jurássico Médio.

O estudo, em parceria com o Museu de História Natural de Londres, foi publicado no Journal of Systematic Palaeontology.

“Não é o fóssil mais bonito do mundo, mas o ‘Monstro de Melksham’ conta-nos uma história muito importante sobre a evolução destes crocodilos antigos e como se tornaram predadores no seu ecossistema, diz o investigador Davide Foffa.

“Sem o incrível trabalho de preparação realizado pelos nossos colaboradores no Museu de História Natural, não teria sido possível elaborar a anatomia deste espécime desafiador”, acrescenta.

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