Coligação de direita fica a três deputados da maioria; pode haver acordo com Chega… ou PS – que teve derrota histórica. CDU ficou a 84 votos do objetivo.
A coligação PSD/CDS-PP/PPM (AD Açores) venceu neste domingo as eleições regionais dos Açores, mas ficou a três deputados da maioria absoluta, mostram os resultados oficiais.
De acordo com informação disponibilizada pela Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, a coligação, que governa a região desde 2020, conseguiu 42,08% dos votos e 26 lugares no parlamento regional, constituído por um total de 57 deputados.
Relativamente a 2020, PSD, CDS-PP e PPM, que então concorreram separados, conseguiram eleger o mesmo número de deputados para a Assembleia Legislativa Regional dos Açores, mas conquistaram quase mais 5.300 votos.
Já o PS – que aparecia como vencedor em sondagens – conquistou 23 deputados, tendo alcançado 35,91% (41.538 votos).
Em terceiro lugar ficou o Chega, com 9,19% (10.626 votos), tendo elegido cinco deputados, mais três do que em outubro de 2020.
O BE elegeu um deputado, com 2,54% (2.936 votos), tendo perdido um parlamentar em relação às últimas regionais.
A IL manteve o deputado que tinha conquistado em 2020, tendo agora alcançado 2,15% (2.482), tal como o PAN, que obteve 1,65% (1.907 votos) e ficou novamente com um deputado na Assembleia.
Já a CDU ficou apenas a 84 votos do seu objetivo: voltar a ter um deputado. Os 1.823 votos (1,58%) não foram suficientes para o regresso.
Mais atrás ficaram Livre (0,64%), JPP (0,54%), ADN (0,33%) e MPT/Aliança (0,00%, com apenas 4 votos).
2,18% dos votos ficaram em branco, enquanto 1,22% foram nulos.
Acordo?
A coligação de direita precisa de um acordo, ou com o Chega, ou com o PS, para ter maioria absoluta.
Pedro Nuno Santos disse que o PS/Açores tem autonomia para decidir, embora tenha repetido: “No plano nacional, estamos focamos na vitória, é só nesse cenário que trabalhamos. Qualquer outro cenário é muito difícil, praticamente impossível, que o PS possa viabilizar um governo de direita”.
PS não perdia há 32 anos
O PS/Açores perdeu pela primeira vez, desde 1992, as eleições legislativas regionais.
O PS vencia as eleições legislativas regionais nos Açores desde 13 de outubro de 1996 – ano em que foi eleito, sem maioria absoluta, Carlos César, que interrompeu então um ciclo vitorioso do PSD de Mota Amaral desde as primeiras eleições regionais (em 8 de setembro de 1976).
O PS/Açores venceu as eleições em 2020, embora não tenha conseguido governar porque perdeu a maioria absoluta, surgindo a coligação pós-eleitoral de direita, suportada por uma maioria de 29 deputados após assinar acordos de incidência parlamentar com o Chega e a IL (que o rompeu em 2023). PS, BE e PAN tiveram, no total, 28 mandatos.
Só 3 ilhas mantiveram rumo
São Miguel, Pico, São Jorge, Terceira, Graciosa e Corvo foram os círculos eleitorais que mudaram de partido nas eleições de domingo nos Açores, em relação às anteriores legislativas regionais, realizadas em 2020.
São Miguel, São Jorge, Terceira, Pico e Graciosa trocaram a vitória do PS, em 2020, pela da coligação PSD/CDS-PP/PPM, no domingo, enquanto o Corvo, onde há pouco mais de três anos venceu uma coligação PPM/CDS-PP, preferiu este ano os socialistas.
Faial (AD), Santa Maria (PS) e Flores (PS) foram as únicas ilhas que mantiveram o partido vencedor, comparando com 2020.
Ou seja, a AD venceu em seis ilhas, o PS ganhou em apenas três.
Abstenção baixou
A abstenção nos Açores fixou-se nos 49,67%, representando uma maior afluência às urnas em relação às eleições anteriores, segundo dados provisórios.
De acordo com a Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna (MAI), estavam inscritos nestas eleições 229.830 eleitores e votaram 115.662, o que significa uma abstenção de 49,67% do total.
Nas últimas eleições legislativas regionais, em 2020, a abstenção fixou-se em 54,59%, a segunda maior de sempre, a seguir à de 2016, ano em que a abstenção nas eleições regionais açorianas atingiu 59,15%, um recorde absoluto nestes sufrágios.
ZAP // Lusa
Tiveram o resultado que escolheram.
Que lhes faça bom proveito e nunca se arrependam.
A nossa vida é outra, e é nesse foco que continuaremos a trabalhar as nossas ações, com vista à melhor decisão.
Até lá,
Em frente, que atrás vem gente.
O PS está a engolir em seco.
Impôs linhas vermelhas aos outros partidos, designadamente ao PSD, alimentando a subida do Chega, e agora vamos ver até quando perdurará a coerência do PS, numa eventual futura coligação negativa com o Chega.