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“Respostas inadequadas”. Países proíbem DeepSeek

Liselotte Sabroe Denmark / EPA

IA chinesa já foi banida na Coreia do Sul e em países europeus, num momento em que a tecnologia falhou em testes e os governos alertam para “riscos de segurança”.

Os ministérios da Defesa e do Comércio da Coreia do Sul anunciaram hoje o bloqueio da DeepSeek nos computadores dos dois departamentos, enquanto aguardam explicações da startup chinesa sobre o tratamento dado às informações dos utilizadores.

A entidade reguladora responsável pela proteção dos dados pessoais anunciou, na semana passada, que pediu explicações à DeepSeek sobre o tratamento das informações fornecidas pelos utilizadores, seguindo o exemplo de outros países, como França e Irlanda.

“As medidas de bloqueio do DeepSeek foram implementadas especificamente para os computadores militares ligados à Internet”, disse o ministério da Defesa à agência de notícias France-Presse (AFP).

Já o Ministério do Comércio afirmou que o acesso à DeepSeek também foi temporariamente restringido em todos os computadores do departamento governamental.

“Bloqueámos temporariamente a DeepSeek porque não respondeu à investigação da comissão para a proteção de informações pessoais”, disse à AFP um funcionário do Ministério do Comércio.

De recordar é que os gigantes tecnológicos sul-coreanos, incluindo a Samsung Electronics e a rival SK Hynix, são os principais fornecedores dos microprocessadores avançados utilizados nos servidores de inteligência artificial (IA) da Deepseek.

Estas proibições surgem num momento em que a aplicação de IA chumbou em vários testes realizados por peritos, que consideraram o seu sistema de respostas “altamente tendencioso”. A Coreia do Sul acusa a tecnologia de fornecer respostas “totalmente inadequadas”.

Mas a Coreia do Sul não foi o único país a banir a plataforma de IA. Também a Austrália já o fez em todos os dispositivos do governo, alegando que havia “riscos de segurança”, avança a Reuters. O Ministro dos Assuntos Internos, Tony Burke, disse o que o objetivo era “proteger a segurança nacional e o interesse nacional da Austrália”,.

O mesmo fez, de acordo com o The Conversation, o Taiwan, a Albânia (“cujo governo disse que a DeepSeek constitui um risco à segurança nacional”). e também a Itália. Segundo o Al Jazeera, a autoridade italiana para a proteção de dados (Garante) anunciou que tinha ordenado “a limitação do tratamento dos dados dos utilizadores italianos” pela Deepseek.

O Pentágono, a Marinha dos Estados Unidos e a NASA também já baniram o serviço de IA dos seus sistemas.

Mas o armazenamento de dados dos utilizadores não é uma novidade. “Praticamente todas as grandes empresas tecnológicas — da Meta ao Google e à OpenAI — exploram os dados dos utilizadores até certo ponto”, explica à Al Jazeera Eddy Borges-Rey, professor na Northwestern University.

A diferença é que estas informações são “tratadas de forma diferente pelo Ocidente porque são vistas como operando sob a jurisdição do governo chinês, que tem leis [como a Lei de Inteligência Nacional] que teoricamente permitem o acesso do Estado a dados corporativos“.

Os EUA bloqueiam a IA Chinesa, masa China também bloqueia o acesso às empresas tecnológicas ocidentais a todos os utilizadores do país, desde o X e o Facebook até ao próprio concorrente, o ChatGPT.

ZAP // Lusa

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