Uma equipa de astrónomos acredita ter encontrado a primeira “estrela negra”, um aglomerado de matéria negra que poderá ser a chave para um dos três grandes mistérios do Universo, juntamente com a sua origem e a existência de vida para além do nosso planeta.
Um sistema estelar encontrado pela ESA intrigou os cientistas durante décadas. Uma nova teoria sugere que podemos ter tropeçado na primeira “estrela negra”. De acordo com o El Confidencial, ela pode abalar a nossa compreensão do Universo.
A matéria negra é a substância invisível que supostamente constitui cerca de 85% da massa do Universo. Esta matéria é como uma espécie de unicórnio da astrofísica, já que nunca foi detetada diretamente. Esse unicórnio pode ser menos mítico do que pensávamos.
A nova hipótese, que ainda não foi submetida a revisão por pares, sugere que o sistema estelar não é um buraco negro, mas sim um novo tipo de estrela feita de matéria escura.
A estrela em causa tem uma composição química semelhante à do nosso Sol e pesa um pouco menos. Já o seu parceiro de dança, explica o jornal, pesa onze massas solares, mantém uma distância de 1,4 unidades astronómicas e tem uma órbita de 188 dias.
Tipicamente, os buracos negros são o destino final de estrelas supermassivas, e não parceiros de dança.
A alternativa é que poderia ser um aglomerado de partículas de matéria escura. Alguns cosmólogos levantaram a hipótese de que esta matéria escura poderia ser um novo tipo de bosão.
Segundo Nicolás Sanchis-Gual, investigador de pós-doutoramento na Universidade de Aveiro e no Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa, “as estrelas de bosão são quase tão compactas como os buracos negros, mas, ao contrário destes, não têm o famoso horizonte de eventos”. A fusão de várias estrelas negras daria origem a um buraco negro.
Os autores do novo estudo, pré-publicado no portal ArXiv, afirmam que devem ser efetuados mais acompanhamentos observacionais.
