O novo material é resistente, mas flexível o suficiente para se dobrar e conseguir absorver as vibrações de choques.
Se tivesse de escolher, preferia correr contra uma parede de tijolo ou contra um colchão? A resposta é óbvia — a dureza da parede não amortece os choques, enquanto os colchões já são excelentes nesta missão. No design de materiais, o ideal seria encontrar algo que junte o melhor destes dois mundos.
Um novo estudo publicado na Advanced Materials encontrou uma maneira de projetar materiais que conseguem fazer essas duas coisas. Geralmente, estes dois traços são mutuamente exclusivos, algo ou é duro ou pode absorver bem as vibrações. Criar um material que combine as duas coisas tem muitas aplicações potenciais.
“Descobrimos que o truque era usar materiais que dobram, como folhas finas de metal. Quando montadas de forma inteligente, as construções feitas com estas chapas afiveladas tornam-se grandes absorvedoras de vibrações – mas, ao mesmo tempo, preservam muita da rigidez do material de que são feitas. Além disso, as chapas não precisam de ser muito grossas e, assim, o material pode ser mantido relativamente leve”, explica David Dykstra, autor principal do estudo.
Os investigadores investigaram minuciosamente as propriedades desses materiais dobrados e descobriram que todos eles apresentavam essa combinação mágica de rigidez e capacidade de dissipar vibrações, como se pode ver no vídeo.
Como os materiais conhecidos não possuem esta combinação desejada de propriedades, os novos materiais (ou metamateriais) feitos em laboratório têm uma gama muito grande de aplicações potenciais e numa variedade muito ampla de escalas, escreve o SciTech Daily.
Os usos possíveis variam muito em tamanho, desde naves espaciais, carros ou projetos de construção civil, até a aplicações microscópicas de nanolitografia.
“Os humanos gostam de construir coisas – coisas pequenas e grandes – e quase sempre queremos que essas estruturas sejam leves. Se isso puder ser feito com materiais rígidos e bons na absorção de choque, muitos projetos existentes podem ser melhorados e muitos novos projetos tornam-se possíveis. Realmente não há fim para as aplicações possíveis!”, remata Dykstra.
Amortecer não se escreve com dois “ss”
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