Os fuzileiros localizaram esta quarta-feira o cidadão português que, entre os incontactáveis após a passagem do ciclone Idai em Moçambique, inspirava maior preocupação às autoridades portuguesas, disse à agência Lusa o secretário de Estado da Proteção Civil.
“A situação que merecia, desde o primeiro momento, preocupação alargada na listagem de incontactáveis era este português que acabou de ser descoberto pela nossa equipa de fuzileiros na zona de Buzi”, disse José Artur Neves.
O membro do Governo português, que se encontra na Beira desde segunda-feira e deverá permanecer na cidade mais afetada pelo ciclone até final da semana, disse ter sido possível chegar à fala com este homem, de 70 anos. “Era conhecido na embaixada, no consulado e na comunidade portuguesa. Estava incontactável e merecia preocupação por parte dos filhos que já se tinham dirigido várias vezes ao consulado”, adiantou.
De acordo com José Artur Neves, o homem, registado no consulado português há vários anos, está bem. “Este merecia de facto preocupação porque era conhecido e reconhecido pela comunidade”, sublinhou.
A listagem de portugueses incontactáveis inclui agora cinco nomes, segundo o secretário de Estado. “Neste momento são cinco que estão incontactáveis, mas que já estavam antes. Não são conhecidos da comunidade, nem sequer os seus nomes constam no consulado. São referências de pessoas amigas, de familiares que têm dado nota de que essas pessoas poderão estar por cá, mas não há a certeza”, disse.
O secretário de Estado da Proteção Civil está na região da Beira em contacto com a comunidade de 2.500 portugueses e a acompanhando as forças operacionais ali deslocadas, compostas por 110 elementos.
As forças militares e de proteção civil estão envolvidas em diversas atividades, entre as quais a distribuição de alimentos e purificação de água no distrito de Buzi, o mais alagado.
Papa visita Moçambique em setembro
A visita do papa Francisco a Moçambique, anunciada esta quarta-feira pelo Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, realiza-se de 4 a 6 de setembro, disse um porta-voz da Igreja. Em comunicação ao país, o Presidente considerou que este será um “momento histórico”.
“A visita do Papa Francisco é a segunda de um sumo pontífice a Moçambique, 30 anos depois de João Paulo II nos ter honrado com a sua presença”, referiu, acrescentando que se trata de “uma oportunidade para reforçar a fé do povo moçambicano”, num momento em que o país tenta recuperar das mortes e dos estragos provocados pela passagem do ciclone Idai. O chefe de Estado agradeceu o apoio internacional que o país tem recebido.
Em comunicado, a Santa Sé especifica que Francisco vai visitar as cidades de Maputo, Antananarivo (Madagáscar) e Port Louis (Maurícias). O programa detalhado de toda a viagem será divulgado mais tarde.
A passagem do ciclone Idai em Moçambique, no Zimbabué e no Maláui fez pelo menos 786 mortos e afetou 2,9 milhões de pessoas, segundo dados das agências das Nações Unidas.
Moçambique foi o país mais afetado, registando até ao momento 468 mortos e 1.522 feridos, segundo as autoridades moçambicanas, que dão ainda conta de mais de 135 mil pessoas a viverem atualmente em centros de acolhimento, sobretudo na região da Beira.
ZAP // Lusa