Os republicanos conquistaram a maioria no Senado dos Estados Unidos, nas eleições dessa terça-feira, e passam a deter pelo menos 51 dos 100 assentos do Senado, continuando a manter o controle da Câmara dos Representantes e selando o domínio sobre o Congresso norte-americano.
O partido Republicano conseguiu os seis assentos do Senado que precisava para tirar a maioria aos democratas.
Os estados da Carolina do Norte, de Arkansas, Dakota do Sul, Montana, da Virgínia Ocidental e do Colorado foram os que mudaram das mãos democratas para as republicanas e abriram a porta aos conservadores para o controle total do Congresso nos últimos dois anos de mandato do presidente Barack Obama.
Essas eleições, destinadas a renovar os 435 assentos da Câmara dos Representantes e um terço do Senado, pautaram-se pelo descontentamento em relação a Obama, que convidou os líderes das duas câmaras para um encontro na Casa Branca na sexta-feira.
Do total de lugares em jogo, apenas uma dezena de estados (Iowa, Colorado, Kansas, Carolina do Norte, Georgia, Louisiana, Alasca, Arkansas, Kentucky e New Hampshire) era considerada chave para decidir o controle da Câmara Alta.
Esta é a primeira vez, desde 2006, que os republicanos controlam as duas câmaras do Congresso, o que faz prever um difícil fim de mandato para Obama.
Uma das primeiras vitórias foi a do senador republicano pelo Kentucky, Mitch McConnell (líder da minoria no Senado) que, com esses resultados, alcança o sonho de se tornar o próximo líder republicano da maioria.
“Amanhã, os jornais vão dizer que ganhei esta corrida (…), mas a verdade é que começamos outra vitória, mais importante do que a minha, que é a de dar a volta a este país”, disse McConnell, em discurso em Louisville.
Segundo sondagens à boca das urnas, oito em cada dez norte-americanos mostraram-se insatisfeitos com o trabalho do actual Congresso e a maioria desaprova a administração do presidente Obama.
Sul dos EUA elege primeiro senador negro desde o fim da Guerra da Secessão
Os norte-americanos da Carolina do Sul elegeram o primeiro senador negro do Sul do país desde o fim da Guerra de Secessão, segundo projeções das televisões norte-americanas. Ele é o primeiro senador negro depois do período chamado de Reconstrução, que terminou em 1877, com a retirada das tropas federais do Sul dos Estados Unidos.
Tim Scott, um republicano de 49 anos, obteve a vitória histórica no estado onde teve início, em 1861, a Guerra da Secessão. Scott já exercia, contudo, desde janeiro de 2013, o cargo de senador, em substituição a seu antecessor que havia renunciado.
A eleição de Scott marca um significativo contraste em relação ao senador Strom Thurmond, que representou a Carolina do Sul durante décadas, e foi um radical opositor da igualdade racial que lutou durante anos pela segregação.
Há seis anos, o senador Barack Obama tornou-se o primeiro presidente negro dos Estados Unidos ao derrotar o rival republicano John McCain nas urnas. Filho de um queniano e de uma americana, Obama substituiu George W. Bush, que estava havia oito anos no governo. Aluno de Harvard, Obama foi o primeiro negro a presidir a revista universitária Harvard Law Review.
ZAP / Abr