Republicano acusado de abuso sexual perde no Alabama para o Senado dos EUA

Dan Anderson / EPA

O candidato republicano Roy Moore, acusado de abuso sexual por várias mulheres

Doug Jones tornou-se o primeiro democrata a ser eleito senador desde 1992 naquele estado do sul dos EUA, um dos estados mais conservadores do país.

O candidato democrata ao Senado dos EUA pelo Alabama, Doug Jones, causou surpresa ao vencer, esta terça-feira, o republicano Roy Moore naquele estado conservador, acusado de abuso sexual por oito mulheres, durante a campanha eleitoral.

Com a vitória de Jones, os republicanos veem reduzida a estreita maioria na câmara alta norte-americana, que agora passa a ser de 51 em 100 lugares.

O triunfo de Jones no estado conservador do Alabama representa também um forte revés para o Presidente norte-americano, Donald Trump, que decidiu apoiar Moore apesar das acusações de abuso sexual contra o candidato republicano.

“Parabéns ao Doug Jones por esta vitória duramente disputada”, escreveu Trump no Twitter. “Os votos por correio foram um fator muito importante, mas uma vitória é uma vitória. As pessoas do Alabama são espetaculares, e os republicanos vão ter outra oportunidade para este assento dentro de muito pouco tempo. Nunca acaba”, acrescentou.

Esta é a primeira vez desde 1992 que um democrata consegue ser eleito senador naquele estado do sul dos EUA e representa o segundo mau resultado eleitoral para o Presidente num mês: em novembro os democratas venceram várias eleições para governadores e outros cargos locais.

Para o Partido Republicano, a derrota de seu candidato também é, paradoxalmente, um alívio, porque evita ter que vir a lidar com o caso de Moore.

O líder do Senado, Mitch McConnell, tinha advertido que Moore, em caso de eleição, seria imediatamente objeto de uma investigação da comissão ética da câmara alta do Congresso, uma investigação que arriscava dividir o partido, se a comissão recomendasse a exclusão.

À exceção de Trump, a maior parte dos eleitos republicanos tinha cortado o apoio ao candidato depois da publicação de testemunhos de várias mulheres.

Se Roy Moore tivesse sido eleito, os democratas iriam provavelmente usar a sua presença no Senado como arma eleitoral em 2018, ano em que as eleições legislativas devem renovar a totalidade da Câmara dos Representantes e um terço do Senado.

ZAP // Lusa

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