O valor mediano das rendas no terceiro trimestre deste ano é 6,08 euros por metro quadrado, sendo que representa um aumento de 7,4% em relação ao do ano passado.
Segundo o Púbico, o período de julho a setembro voltou a registar um aumento nas rendas, pelo sétimo trimestre consecutivo, ainda que o crescimento tenha sido menos acelerado.
Os dados relativos ao valor mediano (ou seja, o valor intermédio) das rendas neste terceiro trimestre é ainda provisório e foi divulgado esta quarta feira, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Esta evolução contraria a tendência registada em fevereiro, altura em que, segundo dados da Confidencial Imobiliário, os preços das casas e das rendas tinham descido com o impacto da pandemia.
Segundo as informações do INE, a tendência de aumento das rendas foi transversal a quase todo o país, verificando-se em 22 das 25 regiões analisadas.
Os aumentos mais significativos, à semelhança do que se tem verificado desde o início da pandemia, notam-se nas regiões do interior, bem como no Alentejo litoral, que registou a maior subida do país, de 16,6%.
Já nas grandes cidades, as rendas continuam a aumentar, mas a um ritmo menos acelerado. Na Área Metropolitana de Lisboa, a renda mediana ultrapassou, pela primeira vez, os nove euros por metro quadrado, fixando-se em 9,04 euros.
Estes valores apresentam um aumento de 3,9%, em relação ao ano passado, abaixo da taxa de variação de 5%, registada anteriormente.
Em relação à Área Metropolitana do Porto, as rendas aumentaram 6,7%, neste terceiro trimestre — o aumento tinha sido superior a 10% no anterior — para 6,65 euros por metro quadrado.
Ao analisar apenas os municípios com mais de 100 mil habitantes, verifica-se um aumento mais notório das rendas nos concelhos do norte do país.
A maior subida, de 19%, regista-se em Vila Nova de Famalicão, seguindo-se Vila Nova de Gaia, com um aumento de 10,7%. Na zona sul do país, o maior aumento deu-se no Seixal, com rendas 11,6% mais altas.
A cidade mais cara do país para alugar casa continua a ser Lisboa, ainda que os valores tenham caído durante cinco trimestres consecutivos.
No terceiro trimestre deste ano, regista-se uma variação praticamente nula, de 0,1%, para uma renda mediana de 11,44 euros por metro quadrado.
O município de Cascais está cada vez mais próximo da capital, com uma renda de 11,28 euros por metro quadrado, no terceiro trimestre.
Quebra nos novos contratos
Contrariamente ao aumento dos preços, verificou-se uma diminuição dos contratos de arrendamento no terceiro trimestre.
Esta redução pode ser explicada, em parte, pelo facto de, no ano passado, se terem registado números recordes de novos contratos, numa altura que que a crise no turismo, provocada pela pandemia, fez com que vários proprietários retirassem as casas do alojamento local, e as colocassem do mercado de renda tradicional.
Celebraram-se 22.305 novos contratos de arrendamento, ao todo, no terceiro trimestre. Valor que representa uma queda de 4,2% em relação ao ano passado.
Ainda assim, este número corresponde a um aumento superior a 8%, relativamente ao segundo trimestre deste ano.
A procura de casas sofreu uma quebra em todo o país. De acordo com o INE, entre as 25 regiões analisadas, só se verificou um aumento em três, relativamente à celebração de novos contratos.
Ave apresentou uma subida de 6,1%, o Alentejo litoral registou mais 2,7% e a Área Metropolitana do Porto mais 3%.
Lisboa manteve-se a região com mais procura, com 7.516 novos contratos celebrados, ainda que seja uma descida de 3%, em relação ao terceiro trimestre do ano passado.