Baterias de carros elétricos foram bloqueadas sem aviso prévio. Compra das baterias era depois exigida aos clientes, num crime informático que “explorou situação de fragilidade” dos proprietários, conclui juíza de Lisboa.
No ano passado, o grupo Renault foi acusado de cometer um crime informático ao bloquear as baterias de carros elétricos do modelo Zoe, vendidos por uma empresa de Vila do Conde, E-Drive Option.
A notícia avançada pelo Jornal de Notícias dava conta que os lesados vão de particulares até empresas e até câmaras municipais. Em todos os casos, o problema aparentava ser sempre o mesmo: os carros elétricos deixam de funcionar sem aviso prévio. Todos os veículos foram comprados no stand de Vila do Conde e todos eles têm fatura de “viatura sem aluguer de bateria” e registo de propriedade sem qualquer reserva extraordinária.
O bloqueio ocorreu dias antes do Natal e, embora o grupo Renault tenha garantido que todas as baterias foram desbloqueadas, o gestor de clientes da financeira do grupo, Mobilize Financial Services, confirmou que 128 veículos foram afetados. As baterias terão ficado bloqueadas durante mais de um mês.
Toda a operação terá sido uma estratégia da empresa de automóveis para minimizar o investimento inicial nos carros elétricos. Mesmo depois de as baterias terem voltado a funcionar, a Mobilize exigiu a alguns dos automobilistas que comprassem a bateria do seu carro, de forma a conseguirem “a resolução definitiva” da situação, avança o Público.
RCI Portugal “explorou situação de fragilidade dos proprietários”
Uma juíza do Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa, Ana Isabel Barros, determinou que foi efetivamente cometido um crime informático, apesar da presença de uma menção nas faturas dos Zoe de que a bateria estava incorporada e não era alugada.
“Há uma plataforma informática que foi acionada, de forma que as requeridas não concretizaram, e através da qual foi operado primeiro o bloqueio e depois o desbloqueio das baterias”, disse a juíza.
A mesma juíza também questionou a gestão da crise por parte da RCI Portugal, considerando que a empresa desenvolveu uma “atuação-chave em território português, junto de portugueses”.
A Renault Portugal, quando confrontada com as queixas dos proprietários dos veículos, propôs uma “solução comercial”, que envolveria a aquisição da propriedade das baterias bloqueadas para proceder à sua revenda ou aluguer.
A juíza salientou que a RCI Portugal “contribuiu de forma ativa para a exploração da situação de fragilidade dos proprietários” e defende que, como donos dos carros, os proprietários tinham direito a utilizar as viaturas e as baterias, que são “partes integrantes dos veículos”.
Em resposta, o grupo Renault expressou a sua insatisfação com a decisão e garantiu que irá “reagir judicialmente contra a referida sentença”, explicando ainda que agiu sempre convencido da legalidade da sua atuação e continuará a colaborar ativamente com as autoridades.
Por outro lado, Alberto Ramalho, presidente executivo da E-Drive Option, que enfrenta um inquérito-crime por suspeita de burla qualificada, espera que a decisão judicial o possa ilibar.
Deviam também investigar e denunciar o que a NISSAN (do mesmo grupo…) está a fazer quando é acionada a garantia por perda de autonomia, como descrito nas condições da garantia (8 anos/160000km para perda de 4 barras do indicador de capacidade).
Ora, quando se verifica a perda da 4ª barra dentro do tempo/Km e o cliente aciona a garantia a NISSAN faz uma atualização ao software do veiculo e as barras voltam a aparecer milagrosamente, sem que a capacidade das baterias ou autonomia tenham qualquer alteração…Depois as barras voltam a desaparecer gradualmente mas, entretanto esgota-se o período de garantia. Se por acaso perder novamente as 4 barras dentro do período, substituem a bateria por outra usada, recondicionada e com a capacidade adulterada.
Existem centenas de casos de Nissan Leaf onde esta atualização foi e continua a ser feita, basta aceder a um grupo de proprietários de Nissan Leaf existente no Facebook e ver o número de casos.
Se isto não é burla…
“Mais um burlado”, até parece ser burla, mas, se se limitar a queixar-se, aqui, nesta caixa de comentários, bem pode ficar à espera , de preferência sentado, para que lhe seja feita justiça.
Eu cá deixo-me andar no gasoil até 2030.
A via verde faz exatamente a mesma coisa com os identificadores e ninguém faz nada. Esta prática comercial deve ser moda nos circulos de gestão neoliberais sem escrúpulos.
José do Nascimento Magalhães e como é que sabe que não foi feita queixa?
O seu comentário é bem mais inútil que o meu e não traz qualquer tipo de informação a quem o lê… Pois fique a saber que existem vários processos em tribunal , basta pesquisar!
Picaretagem, como dizemos no Brasil. Por outra, tenho 2 veículos híbridos, Um da Ford (Fusion 2.0) e um da Toyota que jamais deram problemas. O Toyota, um pouco menor, é mais econômico que o Ford. Ambos aceitam gasolina ou álcool, puros ou misturados, além da eletricidade das baterias acumuladoras.
No mais, por serem híbridos, pagam taxas anuais mínimas.